Por Ciro Marques
O título longo resume a trajetória política/financeira do professor Carlos Alberto Medeiros. Até porque ela foge da linha comum de nomes que gastam com a política e ficam pobres, ou daqueles que economizam e ficam ricos com a politicagem.
Carlos Alberto gastou com a política, investindo muito em candidaturas que jamais deram certo, mas está, a cada novo pleito que participa, com um patrimônio maior.
E isso vem desde 2012, quando disputou pela primeira vez uma eleição em Natal. Foi candidato a vice-prefeito na chapa encabeçada por Fernando Mineiro. Naquela época, petista, Carlos Alberto doou para a candidatura R$ 89,4 mil. Tinha um patrimônio de R$ 2,54 milhões. Como era um nome novo, chamou a atenção entre os concorrentes e chegou a virar protagonista de algumas matérias na época.
Professor universitário, Carlos Alberto gostou da disputa eleitoral, mesmo saindo derrotado. Por isso, em 2014, tentou novamente pelo PT. Agora, para o cargo de deputado federal. Com um patrimônio de R$ 3,16 milhões, Carlos Alberto se sentiu mais confiante e doou para sua candidatura R$ 297,2 mil. Perdeu a disputa e encerrou sua relação com o Partido dos Trabalhadores na condição de filiado.
Em 2016, Carlos Alberto passou em branco. Mas reapareceu no pleito de 2018, com um patrimônio de R$ 4,92 milhões e já como filiado ao PSOL. O Professor foi o candidato a governador pelo partido e foi o principal doador, mais uma vez, de sua candidatura: R$ 222,1 mil. Naquela época, ele conseguiu 31 mil votos, quase 100 mil a menos que o Professor Robério Paulino, que havia sido candidato pelo PSOL 4 anos antes.
Ainda em 2018, um prêmio de consolação: foi convidado para integrar a equipe de transição do governo Fátima Bezerra, recém eleito. Foi o mais perto que ele teve de um mandato eletivo que Carlos Alberto conseguiu.
Chegamos, então, em 2020, quando Carlos Alberto mudou novamente de partido, passando a integrar o PV. Com um patrimônio de R$ 5,46 milhões, conseguiu doar para si R$ 43,7 mil. Não foi, pela primeira vez, o maior doador de sua própria candidatura. O PV assumiu o posto (R$ 85 mil). Contudo, o resultado das urnas foi o mesmo.
Ou seja: apesar de não ser um bom nome para disputar cargos eletivos, o professor Carlos Alberto merece uma vaga de secretário de finanças. Ou, pelo menos, de couch financeiro.