A Justiça Federal no Rio de Janeiro homologou um acordo de delação premiada com Dario Messer, o "doleiro dos doleiro". Para se ter uma ideia do tamanho do processo, Messer se comprometeu a devolver R$ 1 bilhão aos cofres públicos e o que ele pode falar já fez o acordo ser considerado "a delação das delações", afinal, ele é citado em inquéritos da PF desde 1980.
O doleiro é réu em processos da Lava Jato no Rio por esquemas nacionais e transnacionais de lavagem de dinheiro, além de outros crimes. De acordo com o MPF, o acordo com Messer é em "escala inédita" na Justiça brasileira.
Homologado pelas 2ª e a 7ª Varas Federais Criminais do Rio, o acordo – segundo avaliação da Força-tarefa da Lava Jato no estado – permitirá a coleta de provas para investigações em andamento.
A Lava Jato informou que Messer já teve depoimentos juntados aos autos de processos associados a três investigações:
"Câmbio, desligo", sobre esquema de lavagem de dinheiro a partir do Uruguai e que movimentou mais de US$ 1,6 bilhão;
"Marakata", sobre transações de dólar-cabo para lavar dinheiro em contrabando de esmeraldas;
"Patrón", sobre o braço no Paraguai da organização transnacional de lavagem de dinheiro liderada por Messer.
O combinado é que Messer deverá cumprir pena de até 18 anos e 9 meses de prisão, com progressão de regime prevista em lei – o regime inicial é o fechado.
Outra cláusula prevê a renúncia, em favor dos cofres públicos, de mais de 99% do patrimônio do doleiro, estimado em cerca de R$ 1 bilhão.