Ele tentava todos os dias sair com a bela moça. Cinco, dez, sessenta foras. Convites para jantar, almoço, viagens, cafés. nada! Sempre ela inventava uma desculpa, mas ele firme no mesmo propósito. Ele queria impressionar a moça com algo que sobrava para ele e faltava para ela, dinheiro.
Até que um dia ele fez uma proposta que ela achou interessante, uma tarde na lancha dele na paradisíaca Lagoa do Bonfim. Dia de semana, uma tarde de terça-feira, era privacidade total. Ele tinha um probleminha secundário, era casado.
O tempo estava chuvoso, sem restrições a lancha tinha a parte interna, com direito a uma mini-suíte. Ele já imaginava a cama, o abatedouro.
Hoje as relações, principalmente entre solteiros, se limitam a conquista, depois é descartedo igual a uma lata de coca zero vazia.
Para não ter interferências, ele dispensou até o "motorista" da lancha, ganharam a lagoa, os 500 cavalos dos motores não chegavam perto do desejo dele. Estava um tetéu.
Acelerou, lancha chega empinou. Ela gostou, pegou uma garrafa de Veuve Clicquot, peeiiiiii, estourou, saiu espuma, estava gelada. O primeiro beijinho foi dividido com a atenção no pilotar da máquina aquática.
Tudo parou, desligou. Pane elétrica. Era uma besteira, o cabo da bateria. Eles estavam sem sinal no celular. E o clima murchou. Ficaram à deriva, o tempo fechado, ela passou a ficar insegura. Três horas depois chegou o resgate.
A garrafa da "vivinha" só desceu 4 dedos, ficaram no primeiro beijo que não teve muita atenção. A brincadeira acabou. Ela nunca mais aceitou outro convite dele. Mas passou a ir com o novo paquera para a Lagoa do Bonfim, já fez tudo outras vezes que deveria ter feito naquela tarde.