Ontem perdi um pneu perto de Santo Antônio quando vinha para Serra de São Bento. Depois de duas horas meu primo perdeu dois pneus no mesmo local. Mas a história que importa foi minha conversa com o borracheiro que foi me socorrer na estrada.
Eu falei dos buracos, do absurdo e disse que a culpa era de Fátima. Prontamente o borracheiro disse que não, que a culpa era dos caminhões. Eu perguntei se a estrada teve alguma manutenção nos últimos quatro anos, ele disse que não, mas o problema da estrada eram os caminhões 🚛.
Engraçado que os caminhões levam mercadorias, deixam dinheiro na cidade. Sustentam até o negócio dele, o borracheiro. Vale salientar que o cara era bom, trabalhador, disposto. No caminho, ligou para a loja de pneu pedindo para esperar, a loja estava fechando. Resumindo, resolveu meu problema.
Ainda insisti e o borracheiro disse que estava com saudade de Lula. Eu fiquei impressionado. No final, com todo o trabalho de excelência que prestou, ele me cobrou R$ 10. Eu não acreditei, perguntei novamente, ele respondeu firme: R$ 10. Eu chega fiquei triste, constrangido, entendi naquele momento porque ele aguenta Fátima e está com saudade de Lula.
Minutos antes conversando com um primo, a gente estava falando que o borracheiro iria cobrar R$ 40 e eu ia dar R$ 50. Como é eleitor do Fátima, de Lula, pensei, o borracheiro é alguém que se contenta com muito pouco, dei R$ 20 pelo serviço, o dobro, ele ficou morto de feliz, quase não acreditou.
É o borracheiro que vai votar em outubro, ele está feliz com tudo. Com a estrada, com os R$ 10 do serviço dele, com a assistência da saúde, com a educação que não teve acesso. Eu senti ontem a realidade, o borracheiro é que me governa, tanto na urgência dos buracos na pista ou no voto em outubro.