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Presidente do Superior Tribunal Militar após áudios sobre tortura: “Simplesmente ignoramos”

O presidente do Superior Tribunal Militar (STM), Luis Carlos Gomes Mattos, se manifestou, nesta terça-feira (19/4), sobre os áudios que comprovam tortura durante a ditadura militar (1964-1985).

Na primeira sessão da Corte militar após a divulgação dos áudios, Gomes Mattos chamou as gravações de “tendenciosas”, e que a Justiça não tem “resposta nenhuma para dar”.

“A gente já sabe os motivos do porquê que isso vem acontecendo agora, nesses últimos dias, seguidamente, por várias direções, querendo atingir Forças Armadas, o Exército, a Marinha, a Aeronáutica. E, sem dúvida, nós somos quem cuida da disciplina, da hierarquia, que são os nossos pilares das nossas Forças Armadas. Nós não temos resposta nenhuma para dar. Simplesmente ignoramos uma notícia tendenciosa daquela que nós sabemos o motivo, né?”, afirmou.

Segundo o ministro, o conteúdo, que foi divulgado no domingo (17/4), “não estragou a Páscoa de ninguém”. “A minha não estragou”, disse.

Durante a sessão desta terça, o presidente do tribunal ainda afirmou que esse “vira e mexe” incomoda e que “só varrem” o passado de “um lado”. “Não varrem o outro [lado]. É sempre assim. Nós estamos acostumados com isso. Então, deixa para lá.”

Entenda
No domingo, a jornalista Miriam Leitão trouxe, em sua coluna no jornal O Globo, áudios do Superior Tribunal Militar que provam a tortura no período.

A reportagem traz 10 mil horas de gravações feitas durante os 10 anos em que as sessões do STM foram gravadas, inclusive as secretas, as quais ocorreram entre 1975 e 1985.

O historiador Carlos Fico teve acesso a elas, e Miriam Leitão publicou os áudios. Os trechos inéditos mostram os ministros do tribunal falando sobre torturas.

Um das partes transcritas é do dia 24 de junho de 1977. Na ocasião, o general Rodrigo Octávio Jordão Ramos diz: “Fato mais grave suscita exame, quando alguns réus trazem aos autos acusações referentes a tortura e sevícias das mais requintadas, inclusive provocando que uma das acusadas, Nádia Lúcia do Nascimento, abortasse após sofrer castigos físicos no Codi-DOI.”

Ele conta que o aborto foi provocado por “choques elétricos no aparelho genital”. Em seguida, lê o que disse Nádia: “Deseja ainda esclarecer que estava grávida de três meses, ao ser presa, tinha receio de perder o filho, o que veio a acontecer no dia 7 de abril de 1974”.

Além desse relato, a jornalista trouxe à tona o que chamou de “as vozes desse tempo sombrio”, que foram resgatadas pelo historiador Carlos Fico, titular de História do Brasil da UFRJ.

Metrópoles

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