A delegada Maria Aparecida Mallet, que investiga a morte de Raquel Antunes da Silva, de 11 anos, disse que o motorista do carro alegórico que imprensou a menina mentiu ao depor na 6ª DP (Cidade Nova). Segundo Mallet, várias crianças estavam brincando próximo ao veículo -- ao contrário do que disse o condutor em depoimento na delegacia.
À polícia, o motorista, que não teve a identidade revelada, disse que não viu crianças em cima do carro, deu a partida e prosseguiu com o reboque da alegoria. Câmeras de segurança, entretanto, indicam o contrário, que naquele momento havia várias crianças no carro, não apenas Raquel.
O caso, a princípio, é investigado com sendo homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Segundo a delegada, ainda é prematuro apontar culpados.
Mallet também disse à TV Globo que várias testemunhas prestaram depoimento, mas que ainda falta os familiares irem à unidade contar a versão deles sobre o caso.
A polícia marcou para segunda-feira (25) o depoimento do auxiliar da empresa Carvalhão, que servia como guia do caminhão que puxava o carro alegórico no momento do acidente.
Carro alegórico é apreendido
A Polícia Civil apreendeu o carro abre-alas da Escola de Samba Em Cima da Hora. O veículo imprensou a menina Raquel, que precisou ter uma perna amputada devido ao acidente.
No início da tarde desta sexta-feira (22), Raquel não resistiu aos ferimentos e morreu no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital Souza Aguiar, no Centro. O caso dela sempre foi tratado como gravíssimo pela unidade de saúde.
Quando foi internada, Raquel passou por uma cirurgia que durou mais de 6 horas, e sofreu uma parada cardiorrespiratória. Ela também teve traumatismo no tórax.
Após o acidente, a Justiça determinou que as escolas de samba façam escolta dos carros alegóricos até os barracões. A decisão do juiz Sandro Pitthan Espíndola, da 1ª Vara da Infância, da Juventude e do Idoso, acolheu o pedido do Ministério Público estadual.
Mãe desmaia com notícia
Mãe da menina Raquel, Marcela Portelinha desmaiou no início da tarde desta sexta, ao chegar no Hospital Souza Aguiar e receber a notícia de que a filha morreu.
Marcela, que gritava ao entrar no hospital, caiu na entrada da emergência da unidade e precisou ser colocada em uma maca. Ela está grávida.
Na quinta-feira (21), ela já havia desmaiado ao chegar no hospital para ver a filha.
G1