O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) subiu nesta quarta-feira (3) a meta para os juros básicos (Selic) a 13,75% ao ano. Aplicou, portanto, o plano de voo mais agressivo entre os dois possíveis anunciados na última reunião. Ou seja, subiu a taxa de referência em meio ponto, e não em menor medida como foi cogitado.
A decisão da autoridade monetária foi unânime e alinhada às expectativas de consenso do mercado para esta noite. E veio ainda um sinal aguardado pelo mercado. De acordo com o comitê, será avaliada "a necessidade de um ajuste residual, de menor magnitude, em sua próxima reunião". Ou seja, não está cravado que esta alta foi a última. Mas pode ter sido, salvo ainda um novo ajuste, de 0,25 ponto, se mostrar necessário em setembro.
"Agora os investidores ficam no aguardo da ata do Copom na semana que vem", diz Cassiano Konig, sócio-fundador da GT Capital, para quem não deve vir um aviso textual de fim do ciclo de elevação da taxa de juros. "Então, acredito em mais uma ou duas altas até o fim do ano devendo fechar em 14%."
"No comunicado, o BC deixa claro que seu principal objetivo é consolidar não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas", diz Vinicius Romano, analista de Renda Fixa da Suno. "Além disso, o Copom destaca que a incerteza da atual conjuntura, aliada ao estágio avançado do ciclo de ajuste e seus impactos acumulados ainda por serem observados, demanda cautela adicional em sua atuação.
O Globo