A disputa pela sucessão de Arthur Lira na presidência da Câmara dos Deputados, em 2025, já é alvo de especulação e de movimentações de deputados. Ele não poderá concorrer, já que está no segundo mandato.
No grupo de Lira, do PP, em que os partidos mais próximos hoje são o Republicanos e o União Brasil, o favorito é Elmar Nascimento, líder do União. Um dos aliados mais próximos de Lira, é seu sucessor natural.
Elmar, porém, enfrenta a oposição entre seus aliados de Marcos Pereira, de São Paulo, presidente do Republicanos. Pereira tem potencial de crescer no futuro próximo. Assim como o PP, ele está negociando um ministério no governo Lula.
Outra vantagem do Republicanos é ter em seu partido Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo. A depender da popularidade interna de Lira daqui a um ano, ter mais distância dele do que Elmar também pode ser uma vantagem de Pereira.
Outra disputa ocorre em paralelo no grupo de partidos mais próximo ao governo, o PSD e o MDB. Gilberto Kassab, presidente do PSD, quer emplacar Antônio Brito, da Bahia, líder do partido, como candidato à presidência.
O nome de Brito é bem-visto, mas sua desvantagem, segundo parlamentares, é não demonstrar independência o suficiente em relação a Kassab. Elmar, por exemplo, tem mais força política do que Luciano Bivar, presidente de sua sigla. Quem se torna presidente da Câmara normalmente tem bastante influência própria para além das direções partidárias.
Por isso, é citado também outro nome que poderia agradar ao centro mais governista: Isnaldo Bulhões, líder do MDB, de Alagoas. Isnaldo tem boa interlocução com Lira, mas também agrada ao grupo mais independente de seu partido e agregaria apoio da esquerda.
A disputa se afunila entre Marcos Pereira e Elmar Nascimento e, de outro lado, Antonio Brito e Isnaldo Bulhões. Tudo isso depende, é claro, do xadrez da disputa no Senado e de um ano e meio de política partidária até fevereiro de 2025 — peças devem se movimentar até lá.
Guilherme Amado - Metrópoles