O Colégio Notarial do Brasil, entidade que representa os cartórios do País, divulgou uma nota sobre a operação da Polícia Civil do RN, que mirou tabeliães no interior do Rio Grande do Norte.
"A entende ressalta o compromisso dos tabeliães de notas potiguares, profissionais da área do Direito, aprovados em rigoroso concurso público, cuja missão percípua é oferecer segurança jurídica aos atos e negócios jurídicos que envolvam direito de pessoais e patrimoniais dos cidadãos", afirmou o texto.
Na manhã desta quinta-feira (12), equipes da Delegacia Especializada em Falsificações e Defraudações de Natal (DEFD) deflagraram a “Operação Falsus Heres” e cumpriram sete mandados de busca e apreensão em endereços vinculados a uma organização criminosa no Rio Grande do Norte. As ações ocorreram nas cidades de Natal, Parnamirim, Ielmo Marinho, Lagoa de Velhos e Japi, mas cartórios da Grande Natal não estariam envolvidos.
De acordo com as investigações, o grupo atuava em crimes de estelionato, lavagem de dinheiro e falsificação de documentos públicos. O esquema envolvia advogados e tabeliães que obtinham informações sobre contas bancárias de pessoas falecidas, sem movimentação recente, e forjavam escrituras de inventário e procurações públicas. Nessas falsificações, colocavam "laranjas" como herdeiros únicos, permitindo que os criminosos sacassem os valores das contas.
Após o saque realizado por advogados em agências bancárias, o dinheiro era distribuído em diversas contas de passagem, antes de ser dividido entre os membros da quadrilha. Estima-se que os golpes tenham causado prejuízos superiores a R$4 milhões às famílias das vítimas.
Além dos mandados de busca, foram emitidos oito mandados de monitoração eletrônica para os investigados. Também foi determinado o bloqueio de R$4 milhões em bens e contas, além da apreensão de veículos pertencentes à organização criminosa.