O Relatório de Inteligência Financeira (RIF) que embasou a investigação sobre a chamada “farra do INSS” foi anulado pela Justiça. A decisão foi do juiz federal Massimo Palazzolo, da 4ª Vara Criminal Federal de São Paulo.
A notícia é da CNN Brasil. Ele ponderou, entretanto, que isso não interfere no prosseguimento regular das apurações sobre as fraudes, pois há outros tipos de provas que permanecem válidos e “plenamente admissíveis”.
Segundo o magistrado, não houve decisão judicial prévia que autorizasse o compartilhamento do documento com a Polícia Federal (PF) - sendo assim, a prova seria ilícita, por permitir a chamada “fishing expedition” (busca especulativa de provas).
Palazzolo afirmou que a busca indiscriminada por evidências “poderá levantar questões éticas e legais sobre privacidade e abuso do sistema legal, seguido de vícios à investigação por violação de direitos e garantias fundamentais”.
A investigação sobre os descontos ilegais nas aposentadorias e pensões passou pela análise das movimentações financeiras dos suspeitos de participar do esquema, entre eles Antônio Carlos Antunes, o chamado “Careca do INSS”.
A PF teria solicitado o documento diretamente ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), sem que isso passasse antes pelo crivo do Judiciário, o que levou à nulidade.