O chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, não conseguiu confirmar a localização do estoque iraniano de material nuclear quase necessário para armas nucleares, instando que os inspetores sejam autorizados a retornar em segurança ao país “para avaliar a situação”.
A notícia é do Metrópoles. Em uma entrevista à CNN no domingo (22), Grossi afirmou que o Irã armazenou cerca de 400 quilos de urânio enriquecido a 60%, próximo dos 90% de enriquecimento necessários para fabricar uma arma nuclear. “O Irã não escondeu que protegeu esse material”, disse Grossi.
Ele ainda afirmou que, o Irã informou à agência “que não houve aumento nos níveis de radiação fora do local em nenhuma das três instalações. A situação nas outras instalações permanece como descrevi em minhas atualizações anteriores, e a AIEA não tem conhecimento de nenhum outro ataque às instalações nucleares iranianas desde os da manhã de domingo. Continuamos monitorando a situação e incentivamos o órgão regulador iraniano a manter contato com o centro de incidentes e emergências da AIEA”.
Em declarações ao conselho de governadores do órgão de fiscalização nuclear das Nações Unidas nesta segunda-feira (23), o chefe da agência afirmou que os inspetores devem poder voltar às instalações nucleares do país e contabilizar os estoques de urânio, “incluindo, principalmente, os 400 quilos enriquecidos a 60%”.
Os inspetores da AIEA viram o estoque pela última vez em 10 de junho, relatou Grossi à CNN, somente três dias antes do conflito entre os países começar, visando principalmente as instalações nucleares do país em Isfahan e Natanz.
Os Estados Unidos se juntaram aos ataques de Israel no domingo, atingindo esses dois locais, bem como a usina de enriquecimento de Fordow, que está enterrada no fundo de uma montanha.
Em uma declaração ao conselho da AIEA, chefe da Agência Internacional de Energia Atômica falou que o ministro das Relações Exteriores Abbas Araghchi, lhe disse em 13 de junho — logo após o ataque inicial de Israel — que o Irã “adotará medidas especiais para proteger nossos equipamentos e materiais nucleares”.
Rafael Grossi relatou ter enfatizado a Araghchi que o país deve declarar à AIEA para onde está transferindo qualquer material nuclear.