O ex-prefeito de São Gonçalo do Amarante, Eraldo Paiva, divulgou uma nota sobre as eleições internas do PT, na qual ele foi acusado de protagonizar uma tremenda confusão. No texto, Eraldo acusa o Governo Fátima de interferir na disputa. Segue a nota:
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*Nota de Esclarecimento*
Ao longo de todo o processo eleitoral interno do PT de São Gonçalo do Amarante, optei pelo silêncio. Preferi concentrar minhas energias no diálogo com a militância e na busca por votos, apostando na força da construção coletiva e no respeito às regras partidárias.
Entretanto, diante dos fatos que se tornaram públicos e especialmente os episódios de tumulto promovidos pela chapa derrotada, inconformada com o resultado da eleição - não posso mais me calar.
Infelizmente, o processo foi marcado por práticas que ferem a democracia interna do partido: uso da máquina pública e interferências do Executivo municipal e estadual com tentativas claras de intimidação. Durante a disputa, recebi áudios e relatos que sugerem interferência direta de pessoas ligadas ao Governo do Estado no PED de São Gonçalo. Esses materiais foram encaminhados à Direção Estadual do PT, que não tomou nenhuma providência.
Em alguns desses áudios, apoiadores da chapa adversária que, na última eleição municipal, sequer apoiaram os candidatos do PT, chegaram ao absurdo de ameaçar me expulsar do partido ao qual dediquei toda a minha vida, sem qualquer justificativa plausível. Lamentavelmente, esse foi o tom que imperou ao longo de todo o processo.
No dia da votação, os ataques e provocações se intensificaram. E, para minha surpresa, foram conduzidos diretamente pela Diretora-Presidente da Potigás, a segunda maior empresa pública do Rio Grande do Norte. Sua presença constante no local de votação, batendo lista, abordando militantes e mobilizando eleitores reforça as denúncias de interferência do Executivo estadual, que encaminhei à direção do partido. Além disso, fere frontalmente as normas internas do PT e demonstram a interferência na eleição interna do partido.
O cúmulo dessa atuação foi a agressão que sofri da própria diretora da estatal, após uma decisão da Comissão Eleitoral de São Gonçalo.
Essa conduta é inaceitável. Desrespeita a militância, fere a autonomia do partido em São Gonçalo e compromete profundamente os princípios que o PT defende.
Apesar de tudo isso, a militância resistiu. E, mesmo diante de tanto desequilíbrio, vencemos com o voto livre, consciente e legítimo da base.
Tenho mais de 25 anos de filiação ao PT, o único partido no qual militei e ao qual dediquei toda a minha vida. Ao longo dessa trajetória, sempre atuei de forma coerente e alinhada com as bandeiras de luta do Partido dos Trabalhadores — um compromisso inegociável, que seguirei reafirmando em defesa de um PT democrático, plural e com a participação real de quem constrói este partido todos os dias.
Entretanto, não me calarei. A democracia interna precisa ser respeitada e quem a fere, precisa ser responsabilizado."