Apesar de certo receio com a ofensiva das forças de segurança nacional, o Comando Vermelho queria "guerra" com o Estado. A informação foi revelada em investigação detalhada por reportagem do portal Metrópoles, sobre a fuga de Deibson Cabral e Rogério Mendonça, conhecidos como Tatu e Martelo, os primeiros a fugirem do presídio federal de Mossoró.
De acordo com a reportagem, ao seguir os rastros dos fugitivos e identificar criminosos que atuaram para dar apoio à fuga, a Ficco chegou a João Carlos de Almeida Bezerra, o JC ou Dog. O traficante ainda está foragido. Os áudios indicam que ele esteja em uma comunidade no Rio de Janeiro dominada pela facção.
“Nós é guerra com Estado até última hora, se vier, vai levar muito tiro meu fi, as liderança tudim já disse, tu aqui num arreda o pé, nem você nem ninguém, se vier meu fi, é aço por cima de aço, já fechamos a favela todinha, já botamos os pneu nas barricada, o fuzil já tá no oléo, tô com 12 pente aqui fora as bala solta, 12 granada, a pistola com mais 10 pente”, diz JC em um dos áudios.
JC e outros integrantes do CV são alvos da operação Red Dots, deflagrada pela Ficco no último dia 11 de março. São investigados os crimes de organização criminosa armada, tráfico de drogas e de armas, lavagem de dinheiro, tortura e homicídio.
Além dele e integrantes do CV, os investigadores também alcançaram o principal fornecedor da facção no estado, cujo apelido é Conterrâneo. Os áudios são citados em relatórios da investigação sobre a rede de apoio do Comando Vermelho que atuou para evitar a recaptura de Deibson Nascimento e Rogério Mendonça.