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Fabiano Lana: PT é contra as privatizações para manter as boquinhas nas estatais?

PT é contra as privatizações para manter as boquinhas nas estatais?
Existe questão ideológica por trás do antigo delírio de aspirar uma economia completamente controlada pelo Estado e por suas empresas, mas percebe-se também a presença da hipocrisia no discurso

O grito contra as privatizações das empresas estatais sempre fez parte do arsenal de Lula e do Partido dos Trabalhadores para vencer as eleições. Pode ser uma empresa deficitária, obsoleta, ineficiente que lá estava a militância a tachar como entreguista quem precisou se livrar daquela companhia. Claro que existe uma questão ideológica por trás do antigo delírio de aspirar uma economia completamente controlada pelo Estado e por suas empresas. Mas percebe-se também a presença da hipocrisia no discurso: querem muitas empresas estatais ou com participação do Estado para resolver a vida econômica dos companheiros.

A reportagem do Estadão revelando que o governo Lula garante renda extra a 323 aliados que nomeou para conselhos de estatais ou de empresas privadas das quais a União é acionista, é uma prova da tese de que o objetivo de se controlar empresas é também fazer crescer o volume dos bolsos de quem é amigo.

Na época de FHC, um deputado federal petista chegou a pedir o impeachment do ex-presidente por causa de vendas das estatais. Nem mesmo a evidência do setor de comunicação, cuja privatização tornou a telefonia acessível a milhões de sem-aparelho, faz convencer um militante de que estavam errados ao condenar de maneira tão veemente a venda das empresas do setor.

Desde então, as estocadas de Lula contra as privatizações das estatais nunca pararam. Em setembro do ano passado, chamou de “bando de imbecis” quem defende a venda da Petrobras. Um mês depois, atacou quem acredita que o Estado não precisa ser dono para Eletrobras. Paralelamente, tentou colocar Guido Mantega – o ministro sócio da ex-presidente Dilma Rousseff na construção de uma das maiores crises econômicas da nossa história – no conselho de administração da Vale. Como não conseguiu, Lula atacou sua privatização. “Cadê a bondade dessa empresa privatizada? O que ela trouxe de verdade de lucro para o País? O que a Vale tem produzido de novo?’ Nada”, afirmou à época. Hoje, inclusive, uma frente de batalha dos petistas é desmontar a lei das estatais, que exige critérios técnicos para a nomeação de seus dirigentes.

Quem tem memória boa também vai se recordar de que Jair Bolsonaro era um militante estridente contra as privatizações. Defendeu o fuzilamento de FHC após a privatização da Vale, aliás, “por entregar as riquezas nacionais”. Era o período (bastante longo) em que os petistas e o representante dos militares votavam juntos nas pautas econômicas do Congresso.

É claro que é possível defender as estatais por questões técnicas e econômicas. Vai depender de seu modelo do que seja o melhor para o desenvolvimento do País. Mas na gestão do Partido dos Trabalhadores esse argumento possui bastante dificuldade para prosperar. Em 2024, as estatais registraram déficit primário de R$ 8 bilhões – o pior resultado desde o início da série histórica. Em 2023, o prejuízo foi de R$ 2 bilhões. Entre 2017 e 2022, essas empresas registraram lucro. Para a novilíngua do governo, a derrama recente tratou-se de “materialização de investimentos”. Coerentemente, o maior escândalo conhecido de desvios de recursos no Brasil envolveu uma estatal: a Petrobras, revelado pela finada Lava Jato.

A ironia da história é que a maior vítima política desse discurso algo insincero do petismo em relação às estatais é o atual vice-presidente da República, Geraldo Alckmin. Em mais uma de suas inúmeras fake news ao longo da trajetória da agremiação, o PT insinuou que o então candidato do PSDB à Presidência da República, em 2006, pretendia vender estatais caso assumisse o Palácio do Planalto. A reação foi vexatória para o tucano: apareceu vestido com uma jaqueta bege com os símbolos do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal, da Petrobras e dos Correios. Obteve menos votos no segundo turno do que no primeiro.

Fabiano Lana - Estadão

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