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Gleisi X Dirceu, Wagner X Rui Costa: PT racha nos Estados com brigas por 2026

A eleição interna do Partido dos Trabalhadores (PT) expôs divisões na corrente majoritária da sigla, a Construindo um Novo Brasil (CNB). Ligada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a tendência petista conseguiu, após disputa intensa, chegar a um único nome para a presidência nacional da legenda. Nos diretórios estaduais, porém, o mesmo não ocorreu: a ala majoritária se fragmentou, apoiando diferentes candidatos.

Até o momento, o PT tem quatro candidatos à presidência nacional: Edinho Silva, da CNB, cujo principal adversário é o deputado federal Rui Falcão (Novo Rumo), que já presidiu o partido duas vezes. Também disputam o cargo Valter Pomar, da Articulação de Esquerda, e Romênio Pereira, do Movimento PT.

Primeira disputa pelo comando do partido em sete anos, o Processo de Eleição Direta (PED) de 2025 é considerado estratégico por dirigentes do PT. Isso porque os eleitos serão responsáveis por conduzir a sigla nas eleições gerais de 2026, quando Lula deve disputar a reeleição. Além disso, os presidentes estaduais costumam coordenar as campanhas aos governos locais e têm influência na escolha dos candidatos ao Senado.

Assim, a definição das estratégias do PT para o próximo ciclo eleitoral depende da escolha dos novos dirigentes, tanto em nível nacional quanto estadual. Atentas a esse cenário, lideranças petistas têm se mobilizado para impor sua visão de partido, mesmo que isso resulte na divisão da corrente majoritária. Em Estados como São Paulo, Paraná, Bahia e Minas Gerais, integrantes da CNB apoiaram candidatos diferentes.

“Sou da CNB, mas estou divergindo da corrente ao lançar minha candidatura”, disse o ex-ouvidor das Polícias de São Paulo Cláudio Silva. Militante do movimento negro e de hip hop, ele esclarece que sua candidatura é motivada pela “ausência de pessoas pretas qualificadas na direção do PT”. “O partido conta com o setorial de combate ao racismo, mas também precisamos de pessoas pretas na direção partidária.”

Silva diz que sua candidatura não se limita a questões raciais. Em sua visão, o PT precisa se modernizar, especialmente diante das transformações no mundo do trabalho. “Pensando em 2026, o PT não pode ter dúvidas sobre o seu papel no Estado de São Paulo: deve ser uma oposição firme à gestão de Tarcísio de Freitas.”

Já o candidato oficial da CNB em São Paulo é o atual presidente do diretório estadual, o deputado federal Kiko Celeguim. Apesar de contar com o apoio da cúpula da corrente majoritária, Celeguim enfrenta resistência entre vereadores e deputados estaduais do PT. Nos bastidores, sua vitória era dada como certa até que o deputado estadual Antonio Donato, da corrente Novo Rumo, lançou-se na disputa.

“Partimos do diagnóstico de que a situação em São Paulo não é boa”, afirma Donato. “Observamos um paradoxo nos últimos ciclos eleitorais: tivemos um bom desempenho na eleição presidencial no Estado, mas um resultado ruim na eleição municipal.”

Donato defende, assim como os demais candidatos, que a prioridade máxima do PT deve ser a reeleição de Lula. “Para isso, defendo que precisamos ter a chapa mais forte possível. Em São Paulo, considero que a chapa mais forte é com (o vice-presidente Geraldo) Alckmin e (o ministro da Fazenda, Fernando) Haddad.”

No Paraná, o deputado federal Zeca Dirceu, filho do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, lançou sua candidatura à presidência do diretório estadual do PT. Integrante da CNB, Zeca enfrentará o atual presidente estadual da sigla, o deputado estadual Arilson Chiorato, que também pertence à CNB e tem o apoio da ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.

Em entrevistas e declarações públicas, tanto Zeca quanto Chiorato negam que haja uma divisão da CNB no Estado. “Não existe oposição à Gleisi ou ao grupo político dela, somos da mesma tendência”, afirmou Zeca em entrevista ao jornal Gazeta do Povo.

No entanto, durante as articulações para as eleições municipais de 2024, o deputado entrou em conflito com o grupo ligado a Gleisi ao tentar viabilizar sua candidatura à prefeitura de Curitiba. Na ocasião, o grupo da ministra saiu vitorioso.

A disputa pelo comando do PT da Bahia também opôs dois dos principais nomes da CNB no Estado: o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e o senador Jaques Wagner.

A eleição para o diretório estadual baiano conta com sete candidatos, número que poderia ser ainda maior não fossem as articulações conduzidas por Costa e Wagner, que levaram alguns pré-candidatos a desistirem da corrida interna. A definição do nome da CNB na Bahia demorou a ser construída, travada por vetos cruzados entre os dois líderes, ambos ex-governadores do Estado.

Ao final das negociações, a CNB acabou com dois candidatos na prática. O nome oficial da corrente é Jonas Paulo, apoiado por tendências locais como a CNB 400 e a CNB de Todas as Lutas. Já Tássio Brito, da tendência Esquerda Popular Socialista (EPS), conta com o respaldo de outro grupo da corrente majoritária, a Renova CNB.

Tanto Jonas Paulo quanto Tássio Brito apoiam o ex-prefeito de Araraquara Edinho Silva, candidato da CNB à presidência nacional do partido.

Tássio tem a seu favor o apoio público de Jaques Wagner, além de outras correntes petistas. Rui Costa, até o momento, não se manifestou oficialmente sobre a disputa, mas nos bastidores é dado como certo que não apoiará o nome indicado por Wagner.

Já em Minas Gerais, a CNB lançou a deputada estadual Leninha à disputa pela presidência do diretório estadual do PT. Porém, nomes influentes da própria corrente majoritária no Estado, como o deputado estadual Cristiano Silveira e o deputado federal Reginaldo Lopes, declararam apoio à candidatura da deputada federal Dandara Tonantzin, da corrente Resistência Socialista.

Estadão

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