Cavalos de um criador do Rio Grande do Norte estão entre os que morreram após comer uma ração contaminada. O prejuízo passa da casa dos milhões de reais.
Segundo reportagem do Metrópoles. segundo estimativa, mais de 650 cavalos morreram após o consumo da ração da Nutratta Nutrição Animal Ltda., situada em Itumbiara, no sul goiano.
Entre eles o garanhão mangalarga marchador Quantum de Alcatéia, avaliado em cerca de R$ 12 milhões (fora lucros cessantes de quase R$ 30 milhões em 10 anos). A morte do animal ocorreu há uma semana.
O caso é acompanhado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que chegou a suspender a comercialização do alimento. No entanto, o órgão aponta para 220 mortes.
Além do Quantum Alcatéia, a advogada alega outros cavalos e éguas campeões, além de animais “comuns”, foram vítimas da ração contaminada. Casos foram registrados em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Alagoas, Bahia, Rio Grande do Norte e Goiás.
Os problemas começaram há 40 dias e ainda persistem. Os sintomas apresentados pelos animais incluem desorientação, alterações de comportamento e mudanças na locomoção. Eles também perdem o apetite e ficam prostrados.
Em nota, a Nutratta negou a quantidade de mortes e lamentou o caso. A empresa aponta que colabora com as investigações. Leia a nota na íntegra:
“A Nutratta lamenta profundamente os relatos de intoxicação e óbitos de animais associados ao produto Foragge Horse, da linha de nutrição animal equina, e reforça que está colaborando integralmente com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para elucidar os fatos, inclusive recebendo os os técnicos do Mapa em sua planta, fornecendo todos os documentos e informações técnicas solicitadas.
Embora as investigações do Ministério da Agricultura e Pecuária ainda estejam em curso, foi divulgada nota técnica no sentido de que as análises laboratoriais preliminares indicaram a presença da substância monocrotalina, que é produzida pela própria natureza, por plantas do gênero Crotalaria – uma leguminosa que é muito utilizada em adubação verde —, e que pode estar presente em matérias-primas de origem vegetal utilizadas em diferentes cadeias agroindustriais, tratando-se, pois, de uma fatalidade, caso isso venha a ser confirmado.
Assim, diante da situação excepcional, a Nutratta já adotou medidas adicionais de autocontrole. Entre essas ações estão o reforço das análises laboratoriais, revisão dos protocolos de qualificação de fornecedores e rastreabilidade das matérias-primas vegetais, revisão completa dos processos sanitários internos e reestruturação do layout fabril.
Por fim, a Nutratta destaca que vem adotando todas as providências cabíveis para mitigar os efeitos da situação, incluindo suporte técnico aos clientes, rastreamento dos lotes envolvidos e revisão de seus processos internos. Ressalta-se que não há, até o momento, conclusão definitiva quanto a eventual nexo de causalidade entre os casos relatados e os produtos da empresa, e que a empresa conseguiu uma liminar na Justiça Federal para restabelecer seu funcionamento quanto à atividade de produção e comércio dos produtos não destinados a equinos.
A Nutratta permanece à disposição das autoridades e da sociedade para prestar os esclarecimentos técnicos necessários, mantendo seu compromisso com a qualidade, a segurança alimentar e o bem-estar animal, valores que sempre nortearam sua atuação.”