Você já deve ter escutado que não é fácil ser solteiro. Pelo jeito, a ciência concorda. Uma pesquisa realizada pela empresa especializada em saúde mental Telavita apontou que pessoas solteiras sofrem mais com depressão, ansiedade e estresse do que pessoas que estão em um relacionamento.
A notícia é do Metrópoles, da coluna Pouca Vergonha. Em relação à ansiedade, 62% dos casados relataram níveis dentro da normalidade, ao passo que apenas 48% dos solteiros apresentaram os mesmos níveis. Já no quesito estresse, o cenário também é mais crítico entre os solteiros: 44% relataram níveis moderados, graves e muito graves, comparado com apenas 26% dos casados.
De acordo com o mestre em psicologia e neurociência Fabiano Abreu, na lógica biológica o ser humano é programado para formar vínculos afetivos duradouros, visando à perpetuação da espécie. “Ao se afastar desse roteiro, há uma discrepância temporal entre o ciclo hormonal (como a oscilação dopaminérgica e a ação da ocitocina nas ligações afetivas) e a experiência subjetiva.”
O profissional destaca que o estilo de vida mais volátil frequentemente associado ao estado de solteiro implica maior exposição a estímulos sociais incertos. “Logo, a convivência com um parceiro ativa o sistema de recompensa cerebral, promovendo liberação de dopamina e ocitocina, que induzem segurança emocional e diminuem os níveis de cortisol.”
“O suporte emocional e sexual também serve como catalisador para o equilíbrio afetivo, reduzindo tensões fisiológicas que, quando acumuladas, desencadeiam distúrbios psicossomáticos”, acrescenta o profissional.
Liberdade ou solidão?
Para a psicóloga Leninha Wagner, muitas pessoas solteiras não estão apenas sem um parceiro, estão sem vínculos profundos. “E a ausência de afeto, de presença, de troca, pode gerar uma sensação silenciosa de abandono, de não pertencimento.”