Os advogados sempre aconselham a parte não falar dos processos, porém quando a parte representa a liberdade de imprensa temos que correr o risco.
O procurador da república Fernando Rocha me processa porque noticiei que ele adepto do "fique em casa" foi para uma academia de Crossfit no dia que ela foi aberta. Detalhe,ele era contra a reabertura.
Pego em flagrante pelo Blog do BG, repercutido depois por esse Blog, o procurador, digital influence com selinho de verificação soltou a seguinte nota:
Nesta sexta-feira, 17.07.2020, postagens envolvendo imagens pessoais minhas foram divulgadas em diversas plataformas digitais, nas quais revelaram minha presença em uma academia de ginástica de Natal/RN. Reconheço, de público, o equívoco do meu comportamento, em evidente contraste com o que o GT Covid-19 do MPF/RN, do qual faço parte, tem se posicionamento oficialmente. De fato, diante do elevado número de casos do Covid-19 no estado, cuja região metropolitana conta com ocupação de leitos críticos acima de 80%, não é momento de abertura de atividades não essenciais. Dei mal exemplo e por ele peço desculpas aos estimados colegas do GT e às mais de 1340 pessoas que perderam suas vidas por essa doença. Trata-se, claramente, de um ato pessoal isolado que em nada reflete os atos oficias do GT do MPF/RN que de forma azeitada tem apresentando um trabalho excepcional, no enfrentamento à doença no RN. Nesse período acompanhei dia e noite, todos os dias da semana, a evolução da doença no RN. Acompanhei a implementação do sistema Regula/RN que está revolucionando a regulação de leitos de Covid-19 no Estado, tornando-o impessoal, equânime e eficiente. Sofri com as mortes das pessoas carentes que sequer tiveram chance de acessar um leito crítico diante da agudez da doença. O distanciamento social e mudanças de rotina impostos pela pandemia trouxeram dificuldades a todos os cidadãos, que têm diferentes necessidades e prioridades pessoais nesse período. Lamento, por fim que em meio a tanta dor pela qual famílias do estado inteiro têm sofrido com a perda de seus entes queridos, blogueiros e jornalistas se prestem a usar seu espaço e sua liberdade de informar, indevidamente, para tentar atingir minha honra pessoal. Pelos excessos, informo que adotarei todas as medidas judiciais cabíveis contra seus autores. Destaco que o GT tem sua atuação pautada por critérios jurídicos, técnicos e dados científicos, em defesa dos interesses coletivos da população potiguar, especialmente as mais carentes. Por fim, agradeço o apoio de todos os amigos e colegas que manifestaram preocupação com a indevida exposição de minha imagem pessoal, ao tempo em que informo minha saída do GT, exatamente pela incompatibilidade apresentada. O grupo segue trabalhando, em várias frentes, na busca de assistência à saúde adequada e probidade no emprego de recursos públicos federais.
Fernando Rocha de Andrade
Procurador da República”
Ou seja, pego no deslize, confessa o erro, mesmo assim, se achando intocável, incriticável e acima do bem e do mal, Rocha entra com ações contra o BG e contra mim, hoje vamos ter a segunda audiência, de instrução e julgamento. Isso é uma inversão de valores, quem deslizou em relação ao seu discurso foi a excelência procurador, não eu. Minha função é comentar os fatos da sociedade, exerço com total integridade e tranquilidade, ao ponto de comentar em público até processos contra mim. Detalhe, Rocha usa a assessoria do MPF para fazer uma nota pessoal. O que Rocha faria se um administrador de um órgão federal fizesse o mesmo?
Hoje, um juiz federal, um procurador da república (um membro do MPF tem que acompanhar o caso), servidores da justiça federal, todos pagos por nós serão obrigados a trabalhar apenas pela vaidade de cristal do procurador Rocha. Isso deveria ter um custo, assim evitaria essas aventuras jurídicas que tem apenas o intuito de intimidar a liberdade de imprensa.
O reú não sou eu, quem fez o ato, desmontou o próprio discurso foi Rocha, mas eu que tenho que suportar, inclusive financeiramente com advogados, seus desejos de vaidade.
O juiz federal Mário Jambo também errou em aceitar esse processo. (Gustavo você é louco de falar do juiz que vai julgar você no dia da sua audiência), mas é minha função social, do jeito que Jambo errou em aceitar esse processo eu erraria em ficar calado. Ele que tem que demonstrar que está preparado para julgar. Eu, assim como toda a sociedade, que fomos vítimas do discurso de Rocha de tentar fechar tudo, menos para ele. Ficar calado, de cabeça baixa, é justamente ficar de joelhos para o comportamento de Rocha.
As 14h, em vez de estar exercendo o meu papel social, ser jornalista, vou sentar em um banco dos réus, em um absurdo nunca visto, agressão as liberdades. Vou de cabeça erguida, porque estou apenas cumprindo meu papel.
Ps: Antes que meus advogados (Thales, Canindé e Cristiano) me liguem em pânico, do mesmo jeito que vocês fizeram o papel de vocês brilhantemente na defesa, estou fazendo o papel de jornalista, comentando a cena urbana. Os rompantes de Rocha contra a imprensa só tem precedentes no nazismo.