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Prostituta denuncia empresário por calote e cárcere privado

Enredada em uma teia de prostituição interestadual, uma garota de programa paulistana viveu 10 dias de pânico e cárcere privado, em Manaus (AM), trancada em uma mansão que pertence ao megaempresário amazonense Djalma Castelo Branco. Com um homem armado proibindo a saída de casa e seis cães da raça rottweiler guardando a área externa, a vítima não conseguia deixar a propriedade.

A jovem relatou ter sido aliciada por um agenciador acostumado a captar prostitutas de luxo de vários estados para participar de orgias regadas a sexo e drogas nas altas rodas manauaras. A promessa era faturar entre R$ 25 mil e R$ 30 mil em poucos dias. Os clientes seriam figuras importantes do Executivo e do Judiciário local, além de alguns empresários de alto poder aquisitivo.

A modelo revelou ter se encontrado com o agenciador, conhecido como Hélio, em um movimentado shopping da capital paulista. Como não tinha os valores para pagar a passagem, a mulher aceitou que o cafetão pagasse R$ 4,5 mil pelos bilheres. “O combinado era que eu devolvesse o valor com os programas, e o restante apurado seria meu”, contou.

Primeiras saídas
Nos primeiros dias, de acordo com a jovem, os programas ocorreram dentro da normalidade, e a dívida com o agenciador foi quitada. Quando estava em Manaus há alguns dias, surgiu a proposta de acompanhar o empresário Djalma Castelo Branco, conhecido na capital manauara por se envolver em confusões com mulheres, além de crimes ambientais e sonegação.

Segundo a garota de programa, ela levou um calote do empresário. “A casa é enorme e ocupa cerca de um quarteirão. Quando as meninas chegam lá, ele quer que todas fiquem peladas na piscina e transem umas com as outras na frente dos funcionários dele. Além disso, Djalma te obriga a beber, e não pode sair de lá sem autorização. O funcionário não abre o portão sem ele deixar e ameaça soltar os cães, se tentar fugir”, relatou.

Acuada e intimidada, a garota de programa revelou que o empresário passou mal após misturar álcool com estimulantes sexuais. “Ele passou mal e me colocaram pra dormir num quarto com a porta trancada até ele liberar de manhã. Ele me pagou R$ 3 mil, mais a comissão do agenciador. Depois do sufoco, consegui sair da casa, mas com um acordo para voltar”, explicou.

Calote e ameaças
O empresário teria pedido que a modelo retornasse dois dias depois, quando pagaria mais R$ 2 mil, além da comissão do cafetão. Havia outras garotas de programa na casa e algumas aparentavam ser adolescentes, segundo a mulher. O empresário começou a ameaçar e xingar a vítima quando ela insistiu em receber o Pix com os valores acordados com antecedência.

O empresário não teria arcado com o pagamento do programa, e a modelo passou a ser ameaçada de morte por causa da cobrança. “Ele chegou a mandar dois capangas até o quarto de hotel em que eu estava hospedada, mas, por sorte, eu havia trocado de suíte por conta de uma infiltração. Com isso, os homens não me encontraram. Uma pessoa me ajudou e consegui voltar para São Paulo”, detalhou.

Os dias que se seguiram foram de ameaças por meio do WhatsApp. “Tive de deixar a minha casa, pois ele ameaçou mandar pessoas atrás de mim. Me ofende diariamente, me xingando dos piores nomes possíveis. Estou pedindo medidas protetivas contra ele. Existem câmeras espalhadas por toda aquela casa, inclusive nos banheiros”, revelou.

 O outro lado
A coluna procurou o empresário para comentar as denúncias feitas pela modelo. No entanto, Djalma Castelo Branco informou que se manifestaria apenas após a publicação da reportagem.

Na Mira - Metrópoles

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