Desde que abriu as portas em abril de 2016, o restaurante Jesuíno Brilhante ostentava dois medalhões, entre muitos outros: a simpatia calma e sem alardes de seu João Batista Rodrigues a percorrer o salão, servindo e acolhendo clientes, e suas mãos, leves, que salgavam a carne de solservida no endereço nordestino, mãos que tinham a medida certa do sal.
A partir desta terça-feira, 20, a casa não poderá ostentar mais esses dois medalhões. Às 8h, seu João faleceu em São Paulo, aos 65 anos, em decorrência de um câncer no cólon. Seu João Batista enfrentava a doença havia alguns meses, tendo começado o tratamento às vésperas dos decretos de isolamento social por conta do coronavírus, quando o restaurante também passou a ficar de portas fechadas, servindo apenas delivery.
Seu João veio morar em São Paulo a convite do filho e dono do restaurante, Rodrigo Levino, cerca de quatro anos atrás, para ajudar com o restaurante. Morava no andar superior do sobrado onde a casa foi inaugurada, na Rua Arruda Alvim, Pinheiros. Salgava a carne por 12 horas, como havia aprendido em Caicó, no interior do Rio Grande do Norte. A cidade, considerada a capital potiguar da carne de sol, foi onde morou a família por anos.
Texto do Estadão.
Do Blog: A Rodrigo Levino meu fraterno e carinhoso abraço.