Texto Cláudio Santos:
Amigo, Marcelo Dieb foi cozinhar numa noite de verão lá na minha casa, em Monte Alegre, a meu convite. Iria preparar um Fettuccine ao Molho Alfredo para umas dez pessoas. Chegou cedo e, ao avistar um galinheiro com umas 50 galinhas pé duro (pés pretos) e uns galos também de capoeira, criados soltos na granja, me perguntou: “vamos fazer um galo desse de entrada?” Eu mandei matar na hora, e ele , com apenas sal e alho, colocou no fogo um belo galo, ainda quente! Foi o melhor que comi até hoje.
Lembro-me bem da presença dos casais Sérgio Cirne e Marco Antônio Gurgel. Pois bem, mesmo assim, devorado o galo rapidamente, não conseguiu estragar a nossa fome para a massa, excelente, com creme de leite sem sal. Nem no Il Vero Alfredo, de Roma, comi igual este tradicional prata. Marcelo era um amante da boa comida, grande conhecedor de música, com bom gosto, além de debatedor de personalidade nas mesas dos cafés de Petrópolis . Encanta-se ainda na melhor idade e em momento especial da vida, quando conseguimos degustar o sabor das comidas e as presenças e palavras dos amigos, inclusive nas saborosas divergências sobre fatos e coisas simples, cultivando a dialética do cotidiano com os amigos, terapia insubstituível que, até isso, essa terrível praga vai tirando da gente . Abs, amigo Marcelo Dieb, repouse em paz ! ( Cláudio Santos )