No alvorecer do terceiro milênio cristão, convivemos diariamente com filhos e sobrinhos jovens, adolescentes e crianças, nossos e dos outros, em casa, escolas, restaurantes, shoppings.
Eles são mais “avançados” do que nós fomos nas respectivas idades deles, têm mais acessos a ideias variadas, um cardápio inteiro de opções intelectuais, sexuais, profissionais.
Mas, eles não são humanos melhores nem mais adaptáveis do que a nossa geração e outras antes e depois dela.
São apenas mais variados. E, por isso mesmo, mais inseguros e irrequietos.
Eles rosnam por direitos que pensam ter nascido do nada, e não de lutas intensas das gerações que os antecederam.
Eles pensam que os adultos tem deveres para com eles, como se fossem escravos de suas vontades imaturas, sem reconhecer o esforço que se faz e as decepções cotidianas que se suporta para dar a eles um ambiente mais variado e com maiores possibilidades em todas as áreas (da alimentação à saúde, da educação ao transporte etc.).
São bebês chorões aficcionados por modinhas do Tik Tok, Instagram, memes disparados nos grupos de Whatsapp.
E não são apenas eles, os da classe média, mas também os muito pobres e os muito ricos, todos com um smartfone nas mãos e pensando que comandam o mundo real com cliques, likes, emojis.
Nós, os “antigos”, somos culpados por criarmos uma orfandade de realidade nos nascidos de 2000 para cá.
A pandemia mostrou essa realidade de forma clara. Enquanto os adultos se adaptavam ao teletrabalho, os jovens reclamavam da chatice das aulas on line.
Eles são assim, filhos do mimimi que deixamos nascer, crescer e se desenvolver entre nós.