Eu não tinha noção do que era o coronavírus. De março a julho me isolei, tomei todos os cuidados, aí fui para o outro extremo, zero de precaução. De medo grande da doença, passei a não ligar, apertava a mão das pessoas, o coronavírus estava controlado na minha cabeça. Até que peguei.
Do 1° dia até 11° dia, só tive piora, todos os dias ganhava mais um sintoma, começou com dor de barriga, passou para dor, dor incontrolável por todo corpo, evoluiu para uma fadiga grande, tosse, febre. Eu só piorava. A quantidade de remédios e vitaminas absurdas. E não tinha melhora.
Junte tudo isso a pressão psicológica, da quinta para sexta fui para o hospital. Peguei o carro e fui dirigindo, lembro do pavor ao entrar no São Lucas, tinha medo de ficar. Aí vem uma tomografia com alguns problemas, mas no geral os exames bons. Um pouco de soro e voltei para casa já quase de manhã.
Exaustão, cansaço mental, uma tristeza sem fim, não conseguia comer, nem coca cola entrava. Sempre torcia para chegar o dia seguinte. Até ir ao banheiro era uma missão, faltava forças.
É uma rotina estafante e sacal, oxímetro, termômetro, remédios, muita ansiedade. Algumas noites fui para o indutor de sono, queria apagar da realidade. Era o que aliviava, um pouco de tranquilidade.
Não vou dizer "fique em casa", eu mesmo não fiquei, estou doido para voltar a rotina, sair nas ruas. Mas é certo que devemos ter muito cuidado. Minha experiência com o coronavírus foi bem traumática, apesar que não tive falta de ar.
Coronavírus: Todo cuidado é pouco
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