Nas últimas semanas o presidente Jair Bolsonaro vem demonstrando incômodo com o fato de Mourão, seu vice, ter voltado a conceder entrevistas diárias sobre questões diversas do governo.
O incômodo do presidente é mais do que natural, afinal quem deve ser o porta-voz do governo é o presidente, ele é quem tem a palavra final em todas as decisões.
O que mais o desagradou foi a declaração do general sobre o leilão da rede 5G, uma rede móvel superior a 4G e que vem para comportar um maior volume de informações.
Em entrevista à agência de notícias oficial do governo chinês, no começo de setembro, o vice-presidente disse que o Brasil não diferencia as empresas que participam do processo pelo seu país de origem. A multinacional chinesa Huawei é uma das principais interessadas no certame.
No dia seguinte à divulgação da entrevista, Bolsonaro fez questão de deixar claro, em live nas redes sociais, que quem decidirá sobre o processo de escolha é ele. Vou deixar bem claro. Quem vai decidir 5G sou eu. Não é terceiro. Ninguém dando palpite por aí, não. Eu vou decidir o 5G.”
Parece que Mourão está querendo aparecer demais diante da mídia, além desse não ser o primeiro desconforto com o presidente. Talvez por esse motivo Bolsonaro já tenha dado o recado de que, em 2022, pensa em testar um novo perfil de candidato a vice.