Todos os dias ela passava pela praia correndo, uma gata, mesmo com o vento da praia ficava o cheiro, uma verdadeira deusa. Não tinha errada, ela passava as 7h30 da manhã, sempre com um modelito novo comprado na beat.co. Era alta, um corpo perfeito.
O genro parasita do dono da casa de veraneio descia no horário, eles começaram a trocar bom dia, depois sorrisos e olhares. Até que um dia o genro resolveu calçar um tênis e correr também.
Depois do sorriso, ela passou e ele seguiu, uns 10 metros de distância.
Até que a praia ficou deserta, ela atleta tinha conseguido abrir distância, ele morto. Ela parou, não tiveram tempo de perguntar o nome, começaram um beijo.
Tiraram os tênis e entraram no mar, um agarrado só, esqueceram o mundo. Muitos beijos e amassos, um sarro adolescente, apesar dos dois terem quase 40 anos. A pegada era forte, o tesão explodiu. Chegou a hora de comemorar o gol.
A água do mar esquentou, ferveu, mas na verdade era uma água-viva (caravela), queimou os dois, tiveram que sair do mar às pressas, sem ter chegado aos finalmentes.
Ele teve que ir para o Hospital Walfredo Gurgel, na urgência, todo queimado.
Ela nunca mais passou no cooper matinal. Ele espera no mesmo horário na praia todos os dias, não sabe o nome, o telefone, o que ela faz, nunca se viram.