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Pobreza causada pela pandemia deve persistir pelos próximos anos

A pandemia do novo coronavírus evidenciou as desigualdades da população brasileira e fez o número de pessoas vivendo na extrema pobreza disparar. A situação, que deve persistir pelos próximos anos, não tende a ser amenizada pelas parcelas menores do auxílio emergencial a ser pago a partir da próxima terça-feira (6).

De acordo com estudo da FGV Social, o número de brasileiros que tinham uma renda inferior a R$ 246 saltou de 9,5 milhões para quase 27 milhões em menos de um ano. O valor é 160% inferior ao necessário para comprar uma cesta básica na cidade de São Paulo, cujo custo estimado é de R$ 639,47, segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).

"A perda do controle da pandemia leva ao aumento das dificuldades econômicas do país em geral. Mas, se a gente comparar com março do ano passado, temos um problema muito mais grave, porque os hospitais estão lotados, o número de mortes é muito maior e as ferramentas criadas para lidar com a pandemia foram descontinuadas", avalia Fausto Augusto Junior, diretor técnico do Dieese.

As projeções da Unctad (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento) apontam que a crise sanitária causou o primeiro aumento da população na linha da pobreza extrema desde 1998, A avaliação leva em conta que o grupo dos que recebem menos de US$ 1,90 (cerca de R$ 10) por dia deve superar os 130 milhões de pessoas pelo mundo.

De acordo com Augusto, a situação de vulnerabilidade social causada pelos reflexos da pandemia vai persistir ainda pelos próximos anos. "O que está acontecendo hoje a gente vai carregar por algumas décadas", lamenta ele, que estima uma trajetória de recuperação difícil no caminho do Brasil.

Augusto defende uma ação rápida de ajuda à população mais carente e às pequenas empresas para impedir um colapso maior.

O economista ainda alerta para o atraso dos dados oficiais sobre a situação econômica dos brasileiros.

Auxílio insuficiente
A situação deve ser amenizada com o retorno do auxílio emergencial, mas o valor menor do benefício em relação aos pagamentos de 2020 é insuficiente para suprir as necessidades de uma família no Brasil.

Cálculos do Dieese mostram que o novo pagamento médio de R$ 8,33 ao dia permite uma alimentação limitada às famílias beneficiadas.

O próprio presidente Jair Bolsonaro admitiu que o novo valor disponibilizado é baixo. "É pouco, reconheço, mas é o que a Nação pode dispensar à população. Os efeitos sociais da pandemia não podem ser mais danosos do que o próprio vírus. A fome mata muito mais do que o próprio vírus”, disse em entrevista no Planalto.

Para Augusto, do Dieese, o valor e o prazo dos pagamentos são incapazes de solucionar a situação da população que vive na linha da pobreza. "Era necessário um auxílio emergencial que fosse até o fim do ano com um valor mais substancial", observa ao levar em conta o aumento de preço dos alimentos ao mesmo tempo em que a população perde renda.

Os novos pagamentos de, em média, R$ 250, pode variar entre R$ 150 (para pessoas que vivem sozinhas) e R$ 375 (para mulheres chefes de família). Conforme o cronograma estabelecido para começar na próxima terça-feira (6), após o primeiro depósito, os beneficiários terão que aguardar entre 40 e 47 dias para receber a segunda parcela do auxílio.

R7

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