Referência em culinária no Rio Grande do Norte, o restaurante Camarões, obviamente, não agradou todo mundo em São Paulo - mesmo tendo sido um sucesso desde a sua abertura. Prova disso é o post do perfil Crítico Antigourmet, paulista, que tem 40 mil seguidores nas redes sociais. Ele detonou o restaurante e o cardápio, dando nota 2 (vai de 0 a 10).
Deve ser mais um exemplo de paulista bairrista e desacostumado com o crustáceo do Nordeste.
Segue o texto:
"Com cardápio mais extenso que o catálogo da Netflix, o restaurante Camarões tenta de tudo, mas acerta em quase nada.
O potiguar Camarões pode até ser melhor que o Coco Bambu, mas isso está longe de ser o suficiente.
O pastel de camarão, catupiry e “ervas” (R$18 a unidade) é pálido, massudo, tem aroma de cheetos e queijo catupiry pesado, cuja função básica é trazer umidade ao camarão seco. As “ervas” - possivelmente salsinha e orégano - tentaram aportar algum frescor ao peso gorduroso do catupiry, no que foram absolutamente mal sucedidas.
Já o Camarão “ibérico” VG grelhado e imerso em azeite aromatizado com alho frito (R$ 78 - ???) trazia azeite rançoso e pouco fresco. O camarão - que parece ser G, e não VG como aponta o cardápio - vem em ponto aceitável, mas no limite do que é possível ser passado. Em compensação, ele é pálido por fora, é triste e sem a crosta que a grelha poderia lhe conferir, o que demonstra certo amadorismo técnico de grelha. O pão que acompanha o camarão é simplesmente desastroso. Farinhento, massudo e pesado, não colabora em absolutamente nada para o sabor do todo.
O enorme Filé de Dourado com risoto de camarão (R$ 131,50) tem o peixe com cozimento no limite do aceitável. Aliás, o sobrecozimento parece ser coerentemente o “ponto da casa”. Tudo está um ponto acima. No sabor, o desagrado é maior: além da acidez inexistente, não há nada que remeta a mar, zero salinidade, zero retrogosto marinho. Deve ser um grande esforço para um restaurante conseguir tirar do ingrediente o sabor e o aroma que ele tem naturalmente. O Camarões consegue.
O atendimento do lugar é razoável, apesar de ficarem perguntando insistentemente como está a comida (uma chatice certamente idealizada pela gerência). Os funcionários do salão são dedicados (em um almoço de segunda - vale destacar. Não sei afirmar se será a mesma coisa em um sábado). O problema do Camarões não parece ser de mão de obra, mas de concepção. E é caro, muito caro.
Conta: inexplicáveis 280 reais - os três pratos, duas águas e o serviço.
Nota: 2"