Os estudantes de medicina da UNP estão reclamando muito. A universidade, que sempre foi de excelência, parece não conseguir comunicação com os alunos. Espero que retornem o foco ao aluno.
Segue nota de repúdio:
NOTA DE REPÚDIO
O Centro Acadêmico de Medicina da Universidade Potiguar vem a público manifestar o descontentamento com a baixa qualidade do curso perpetuada nos últimosanos, incluindo o período da gestão atual do CAMED. A graduação em Medicina ofertada pela UnP já foi centro de referência para diversas conquistas e prestígios, alcançando em 2017 a posição de 10º melhor curso de Medicina privado do Brasil e o 3º melhor do Nordeste, de acordo com o Ranking Universitário da Folha.
Reconhecemos os esforços na tentativa de superarmos as adversidades apresentadas, a exemplo da conquista das vacinas contra a COVID-19, da contratação de docentes qualificados e do auxílio em outras demandas emergentes. No entanto, infelizmente, a gestão do curso em sua totalidade segue negligenciando determinados pontos que são cruciais para a efetivação do processo de ensino e aprendizagem.
Dentre eles, nota-se a perpetuação de um cenário aflitivo de má comunicação dentro da universidade, instituindo um canal ineficiente entre discentes, docentes, embaixadores, CAMED e coordenação, além do setor financeiro e da central de atendimento ao aluno. A desorganização surge, portanto, como reflexo dessa incongruência que ressalta a extrema insatisfação do corpo estudantil.
Diante disso, a busca incessante por resolutividade dos problemas, sejam eles simples ou mais complexos, torna-se parte do cotidiano do aluno UnP(indisponibilidade do e-mail institucional, não realização do cadastro de notas no sistema, falha na concessão de EPI´s, não cumprimento de carga horária, laboratórios defasados com peças deficientes/escassas, prejuízosadvindos da mudança da grade curricular, inconsistências no IRA, permanência de práticas pendentes do período de pandemia, bem como problemas nas plataformas).
Cabe destacar, ainda, a superlotação das turmas de Medicina que impacta negativamente não só na qualidade do ensino, mas também na redução de campos e de números de práticas, comprometendo a correlação entre teoria e prática, fatores essenciais para a formação médica.Ademais, a manutenção de valores absurdos cobrados na mensalidade durante a pandemia não é justificável, principalmente diante do ínfimo retorno oferecido pelauniversidade e da negligência ao ofertar um curso dentro dos padrões mínimos.
Como é de ciência dos nossos alunos, a UnP não possui um hospital escola que proporcione a imersão no contexto da atenção terciária, o que além de colaborar com a formação médica, ocasionalmente, em seleções para residência, pontua na prova de títulos. Ainda nesse ínterim, o hospital escola é mais uma das promessas antigas que nunca se concretizaram, mesmo com os esforços de outras gestões do Centro Acadêmico em mapear, contactar e listar possíveis parcerias visando tal conquista. Ciente disso, a universidade poderia ao menos destinar mais recursos para a ampliação do Centro Integrado de Saúde – CIS, haja vista que esse representa nosso único campo de prática de domínio exclusivo da UnP. Porém, tem seu uso subestimado e necessita, conforme já foi solicitado, de informatização do sistema de prontuários, implantação de meios de comunicação eficientes (Via WhatsApp e número telefônico) e maior oferta de atendimentos com ampliação das especialidades.
O período do internato, em especial, merece atenção, pois trata-se de uma fase de suma importância, representando o início da profissionalização, em que existe maior aproximação da essência da prática médica pelo acadêmico, na qual ocorre o enfrentamento do discente com uma jornada de estudo/trabalho ampliada. Contudo, essa premissa parece não possuir a devida validez no contexto de gestão promovido pela Universidade Potiguar, visto que os alunos seguem, há anos, secundarizados face a seus rodízios obrigatórios que permanecem defasados,exigindo a busca de complemento extracurricular para aperfeiçoar a formação profissional.
Nós, representantes do Centro Acadêmico de Medicina da UnP, reportamos tal nota com imensa tristeza, pois reconhecemos as inúmeras tentativas de proporcionar apoio à resolução das demandas próprias da IES e aquelas elencadas pelos nossos alunos. Nesse ínterim, vivenciamos um sentimento de incapacidade, visto que não temos as ferramentas necessárias para efetivar as mudanças que tanto almejamos e, com isso, permanecemos sob a vigência de entraves que prejudicam o pleno desenvolvimento acadêmico. Entretanto, permaneceremos, como representantes estudantis, buscando melhorias para a nossa formação e com a esperança de buscar a atenção dos nossos superiores. Nos dispomos integralmente para auxiliar na resolução concreta das adversidades. Agradecemos à vossa atenção
