O diretor de Regulação do BC (Banco Central), Otavio Damaso, avaliou como positiva a entrada de bancos estrangeiros no sistema financeiro nacional. Ele disse que o movimento pode contribuir com o desenvolvimento do mercado.
Otavio Damaso falou sobre a operação de bancos estrangeiros nesta terça-feira (29), em videoconferência da ANSP (Academia Nacional de Seguros e Previdência). A fala ocorre um dia depois de o banco americano JP Morgan anunciar a compra de 40% do banco digital brasileiro C6 Bank.
“A gente está vendo vários bancos voltando para o mercado, para o varejo, porque a tecnologia favorece a entrada deles nesse segmento. Muitas vezes, estão entrando fazendo parceria com fintechs e bancos novos. A gente vê como um processo muito positivo para o desenvolvimento do nosso mercado, da competição, da inclusão e de maior eficiência no âmbito do sistema financeiro”, disse Damaso.
O diretor do BC afirmou que bancos estrangeiros investiram no Brasil depois do Plano Real, mas saíram do país com o passar do tempo por conta de restrições, como a necessidade de ter agências físicas para atender os consumidores. Ele disse que, agora, esses bancos estão voltando aos poucos ao mercado nacional porque a tecnologia e a modernização da regulamentação permitem esse movimento.
OPEN BANKING
Damaso também falou sobre o open banking nesta terça-feira (29). Ele disse que a tecnologia vai tornar o sistema financeiro mais eficiente, competitivo e inclusivo.
O open banking é um sistema aberto que começou a ser implementado neste ano no Brasil com o intuito de padronizar os serviços financeiros e permitir que os consumidores compartilhem seus dados com todas as instituições financeiras. Segundo o BC, o processo deve resultar na criação de produtos personalizados, além de taxas compatíveis com o histórico de pagamento do consumidor. A medida também deve aumentar a competição entre os grandes bancos com fintechs e novos entrantes do sistema financeiro.
Damaso disse que o cidadão vai poder usar, por meio de uma única plataforma, serviços de diferentes instituições financeiras. Segundo ele, será possível criar o próprio banco a partir do open banking. “O principal beneficiário é o consumidor. Ele agora vai estar no comando efetivo da condução das suas finanças”, afirmou.
Poder 360