Depois de surgir como um nome "forte" para ocupar a presidência da Petrobras, o senador potiguar Jean Paul Prates, do PT, vai precisar "torcer" para que o Partido dos Trabalhadores demonstre força (possivelmente, ainda este ano) no Congresso, para conseguir, realmente, ocupar a cadeira mais importante da principal estatal do Brasil. Isso a nomeação dele para o cargo esbarra na chamada Lei das Estatais, que proíbe que pessoas que foram candidatas a cargos eletivos, nos últimos 36 meses, ocupem espaços de administração dessas empresas.
A bola foi levantada pelo jornalista Gustavo Negreiros e foi trazida a discussão no Jornal das 6 de sexta-feira (4). Jean-Paul foi candidato a prefeito de Natal em 2020, inclusive, com o apoio e a participação na campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), agora, presidente eleito do País. Parceiros, Lula tem destacado a importância nacional de Jean-Paul, sobretudo, em discussões relacionadas a Petrobras e a energias renováveis, por isso, a mudança na lei pode sim ser um caminho tentado pelo PT para viabilziar a nomeação do parlamentar para o cargo em 2023.
Até porque uma mudança na Lei das Estatais não chega a ser uma coisa realmente nova. Em junho deste ano, em meio a reclamações do atual Governo Bolsonaro sobre a falta de "jogo de cintura" dos gestores da Petrobras, cogitou-se a mudança na legislação, aprovada e sancionada em 2016, na gestão Michel Temer.
O jornal Correio Braziliense, por exemplo, destacou em junho que "em meio à disparada do preço dos combustíveis em ano eleitoral, o governo do presidente Jair Bolsonaro faz um cerco à Petrobras e prepara uma medida provisória (MP) para mudar as regras da Lei das Estatais". No mesmo mês, reportagem do Estadão destacou o seguinte:
De qualquer forma, o fato é que, atualmente, as discussões sobre o assunto ainda não foram retomadas. Até porque o PT parece mais focado na questão da transição de Governo, para conseguir cumprir as chamadas "pautas fundamentais" da sigla, que dizem respeito ao salário mínimo e ao auxílio emergencial.
AÇÕES DESPENCARAM
Diante das incertezas com relação ao futuro, as ações da Petrobras operaram em queda desde o início do pregão desta segunda-feira, que se "acentuaram as perdas após notícia de que o senador Jean Paul Prates (PT-RN) é cotado para assumir a presidência da estatal", conforme ressaltou a Valor Econômico.
As ações preferenciais (PETR4) chegaram a cair 10% logo após a divulgação da notícia, e fecharam em baixa de 8,47%, a R$ 29,81. As ações ordinárias (PETR3) recuaram 7,04%, a R$ 33,26. O Ibovespa subiu 1,31%, aos 116.037 pontos.
Lula, inclusive, viajou para o Egito, para participar da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2022 (COP-27), que acontecerá entre 6 e 18 de novembro em Sharm El Sheikh. É a primeira viagem oficial do petista, representando o Brasil, após a vitória nas urnas, no último domingo (30). Derrotado, o atual presidente do país, Jair Bolsonaro (PL), sequer se manifestou sobre o evento, para o qual foi convidado.
Portal 96