O carnaval na Faixa de Gaza, subúrbio de Porto Brasil, é diferente. Ao contrário do veraneio, praticamente não tem inquilinos, só mesmo os proprietários dos muquifos. Isso gera um problema social muito grave.
O inquilino chega feliz, querendo aproveitar cada segundo, o dia tem 30 horas. Ele quer aparecer e ser visto. É espalhafatoso. O proprietário que precisa alugar o imóvel na Faixa de Gaza é sofrido. Precisa do dinheiro para comer, geralmente é uma turma que já teve dinheiro, mas empobreceu com o passar dos anos. Tem o muquifo ainda porque é status.
Esse proprietário que precisou alugar janeiro, tem o carnaval vai sentir o gostinho do Porto Brasil. Chega liso, passeia pelo Serasa, adora o carnaval porque não tem cobranças e vem com o espírito de godelar dos amigos do Porto Brasil (o de verdade [casas, Villa Real, Villa Colonial e Sagres]). O sonho de todos os habitantes do Villa Imperial é ser chamado para uma festa no Porto Brasil. Isso é inclusão social, é a hora da misturada.
O feio é ser morador do Villa Imperial, chegar no Porto Brasil como convidado levar uma garrafa de Campari e tomar o vinho, a cerveja e o uísque dos vizinhos. É normal. Como o carnaval é uma festa de todos, todas e todes, os muquifeiros e portobrasileiros se misturam.