Enquanto se recupera de cirurgia decorrente da facada que tomou na campanha presidencial de 2018, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou, nesta sexta (18), o governo de seu rival, Lula (PT), por acolher no Brasil “quem rouba do próprio povo”, em referência ao asilo político concedido à ex-primeira-dama do Peru, Nadine Heredia, condenada a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro em processo envolvendo corrupção e a construtora brasileira Odebrecht. Seu marido, ex-presidente Ollanta Humala, também foi condenado e preso no Peru no mesmo processo decorrente da Operação Lava Jato.
Bolsonaro escreveu para suas redes sociais que a imagem do Brasil é manchada por episódios que envergonham o brasileiro e ferem a dignidade nacional. E concluiu que o país está sendo entregue “à inversão de valores, ao autoritarismo e ao escárnio internacional”, ao se referir à concessão de asilo humanitário, para a acusada de lavagem de dinheiro de recursos da Odebrecht que financiaram as campanhas de Humala de 2006 e 2011, no Peru.
“Corruptos condenados por lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos passaram a ser recebidos como ‘perseguidos políticos’, transportados pela Força Aérea Brasileira e acolhidos com honrarias por um governo que distorce o instituto do asilo para se solidarizar com quem rouba do próprio povo”, reagiu Bolsonaro.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou que o Brasil concedeu asilo diplomático a Nadine Heredia, e ao filho dela de 14 anos, por razões humanitárias. O auxiliar de Lula disse que a ex-primeira-dama foi recentemente operada por uma questão grave de coluna vertebral e precisa continuar em tratamento no Brasil, que seria de um câncer, segundo a defesa de seu marido. “[O voo da FAB] foi a única forma que havia de retirá-la com segurança e rapidez do país, com a concordância do governo peruano”, afirmou Vieira.
Diário do Poder