A gigantesca fila para a aprovação de benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) deve gerar uma nova e preocupante dor de cabeça ao presidente Lula. A lista de espera passou de 1,5 milhão de pessoas em julho de 2024 para 2,7 milhões de pessoas em abril de 2025 — um assustador crescimento de 80% em menos de um ano.
A motivo para a demora na aprovação dos benefícios é a greve de peritos do instituto que se arrasta há meses. Os analistas do Itaú BBA notaram uma desaceleração no ritmo de crescimento de beneficiários e de despesas relacionadas ao INSS, mas temem um efeito cascata com a normalização do serviço. A equipe do banco desenhou diversos cenários para a resolução do problema, e no mais grave deles, o governo pode pode ser surpreendido com uma conta extra de 13 bilhões de reais ainda em 2025.
“No caso mais benigno para as contas públicas, em que se mantém o ritmo de concessão atual e a fila fica estável no patamar de abril de 2025, teríamos um risco de baixa de 6 bilhões para despesas primárias. Por outro lado, no caso de maior pressão nas despesas, em que o ritmo de concessão retorna ao visto no 1° semestre de 2024 e a fila retorna para a média de 2024 imediatamente, teríamos um risco altista de 13 bilhões”, pontuam em relatório enviado a clientes. “Entretanto, acreditamos que o principal risco seria um caso intermediário, em que a fila é normalizada gradualmente, com viés altista de 8 bilhões de reais para as despesas”, concluem.
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