Jair Bolsonaro (PL) já admite a interlocutores que o filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), não concorrerá ao Senado por São Paulo. Nas conversas, o ex-presidente demonstra irritação com o fato de a corrida pela vaga já ter sido aberta, com políticos se colocando como pré-candidatos sem consultá-lo —e sem ter nem mesmo certeza de que o filho já abriu mão da disputa.
Bolsonaro disse que a escolha do substituto de Eduardo Bolsonaro para concorrer à vaga será dele, e de ninguém mais. Entre os que já manifestaram o desejo de disputar a vaga estão o deputado pastor Marco Feliciano (PL-SP), o ex-secretário da Cultura do governo Bolsonaro, Mário Frias (PL-SP), o presidente da Assembleia Legislativa, André do Prado (PL-SP), e o de Ricardo Salles (Novo-SP), que teria maior dificuldade por não ser mais filiado ao PL.
Em desabafo recente, disse: "Essa escolha é minha", segundo relatos feitos à coluna.
Aliados do ex-presidente afirmam que as falas do ex-presidente indicam dois caminhos possíveis: Eduardo não volta mais dos EUA, e fica sem cargo eletivo a partir de 2027 _ou, o que é mais provável, volta para se candidatar a presidente da República ou a vice na chapa de algum candidato de direita abençoado pelo pai.
A demora de Bolsonaro em admitir que não será candidato a presidente da República tem inquietado políticos de direita. Em encontro recente com empresários em Brasília, o líder do PP na Câmara, doutor Luizinho, afirmou que o ex-presidente está "atrapalhando a direita" ao não apontar quem terá seu apoio na corrida ao Planalto.
A escolha definirá também quem será o vice —que, tudo indica, será da própria família Bolsonaro.
Monica Bergamo - Folha de São Paulo