O desgaste do presidente Lula (PT) após o episódio da derrubada do IOF colocou nas rodas de conversas em Brasília a possibilidade de debandada de ministros do governo ainda em 2025.
À coluna, um cacique do centrão diz que a formalização da federação União Progressista pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em agosto pode ser o estopim para que partidos comecem a entregar cargos na Esplanada dos Ministérios.
A federação une o Progressistas e o União Brasil, com um e três ministérios, respectivamente. Os presidentes dos partidos são aliados de Jair Bolsonaro (PL): Ciro Nogueira, que foi seu ministro da Casa Civil, e Antônio Rueda, amigo do senador Flávio Bolsonaro.
"Como vai ficar o Republicanos se esses partidos entregarem cargos? E, se começa um movimento, como ficam PSD e MDB?", questiona o integrante do centrão.
"Ninguém pode falar abertamente sobre isso porque não é o momento e desestabilizaria demais o governo", acrescenta.
Os ministros que forem concorrer à eleição precisam se desincompatibilizar do cargo em abril de 2026. Uma eventual debandada antes disso vai deixar o governo enfraquecido.
"O PT não consegue ter 100 votos. Acabou", diz outro integrante da oposição. Ele se refere ao placar da votação da derrubada do IOF: foram 383 votos contra o plano econômico da equipe de Lula e apenas 98 a favor.
O episódio do IOF expôs o isolamento de Lula e do PT e provocou questionamentos até mesmo por parte de aliados, sobre a maneira como o presidente está conduzindo seu terceiro mandato, além de deixar evidente que os partidos estão rearranjando alianças de olho na eleição de 2026.
Leticia Casado - UOL