
Transporte público de Natal em crise
A crise provocada pela pandemia do novo coronavírus vai deixar um rastro de prejuízos e desemprego em todos os setores, seja comércio, serviços e indústrias.
Um setor que vai amargar um colapso se os estados e municípios permanecerem com medidas agressivas de restrição são as empresas de ônibus. Principalmente as daqui de Natal, que há anos já sofrem com a queda na receita e um sistema antigo e deficitário.
Com o fechamento de mais da metade das lojas, o transporte coletivo também teve a frota reduzida, com um percentual de veículos para atender apenas o essencial. O problema é que além da queda no número de pagantes, ainda existe o fator gratuidade, na qual em boa parte das viagens, 70% dos passageiros são idosos, ou estudantes que pagam meia passagem.
Em horários como o da tarde e noite, as linhas do transporte coletivo ou estão vazias ou com menos de dez passageiros, mesmo circulando em horários diferenciados, ou intervalo de viagens mais distantes. Gerando uma queda de receita altíssima e um prejuízo amargo. Isso também vale pros alternativos que algumas linhas chegam a rodar sem ninguém.
Um exemplo é a linha 77 - Parque dos Coqueiros Mirassol. O ônibus que saiu por volta das 14:35 do terminal na zona Norte, permaneceu quase metade do seu trajeto de ida com apenas um passageiro e o motorista. Uma linha que nos dias normais circula com 14 veículos e é considerada uma das de maior faturamento e movimento de pessoas na cidade.
É um retrato triste do caos e que precisa ser revisto pelo poder público, antes que as empresas tenham que fechar suas portas e desempregar centenas de pais de família.

