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Editorial Estadão: Indignação seletiva

Indignação seletiva
Lula não cansa de caluniar Israel enquanto contemporiza crimes de seus ‘companheiros’

Mal desceu da tribuna na Praça Vermelha após o festim militar de Vladimir Putin, Lula da Silva voltou a acusar Israel de “genocídio”. Não foi um deslize, mas a reafirmação de um discurso parcial, ideológico e temerário. Ao repetir essa acusação sem base jurídica, Lula compromete a já surrada credibilidade diplomática do Brasil.

“Na Faixa de Gaza é um genocídio de um exército muito bem preparado contra mulheres e crianças a pretexto de matar terroristas”, disse o presidente em conversa com jornalistas no dia 10 passado.

Chamar de genocídio a campanha militar israelense é mais que exagero: é deturpação. Genocídio exige intenção deliberada de exterminar um povo – o que não se aplica à guerra iniciada após o massacre do Hamas. Os meios de Israel são passíveis de reprovação, mas seus objetivos – libertar reféns, eliminar arsenais e neutralizar o Hamas – são defensáveis e justos. Comparar tais ações ao “Holocausto”, como já fez o petista, é ofensivo às vítimas do nazismo e uma infame banalização da História.

Lula ignora crimes mais evidentes, como os de Putin na Ucrânia. Suas palavras, ditas durante a celebração imperial russa, contrastam com seu silêncio sobre crimes como o sequestro de milhares de crianças pelo “companheiro” Putin.

A hostilidade do lulopetismo a Israel antecede a guerra de Gaza. As acusações de genocídio começaram antes mesmo do revide ao Hamas. Já as condenações ao Hamas foram sempre elusivas, genéricas e relutantes. Lula evita tanto quanto pode chamar o grupo pelo que ele é: uma organização terrorista, teocrática, genocida, inimiga da humanidade e, sobretudo, do povo palestino.

Tampouco reconhece o papel do Irã, que financia o Hamas e milícias similares. A foto do vice-presidente Geraldo Alckmin em Teerã ladeado por jihadistas ilustra uma diplomacia que perdeu o norte moral. Não haverá paz no Oriente Médio sem enfrentar o papel desestabilizador do Irã – mas Lula prefere o silêncio.

Seu pacifismo é retórico. Fala muito, mas nada propõe. Que ideias Lula tem para envolver os países árabes moderados? Que pressão faz sobre Estados que sustentam o Hamas? Que planos tem para corredores humanitários ou desmilitarização? Limitado a platitudes sobre “cessar-fogo”, aplica sempre uma lógica assimétrica de críticas.

Sua diplomacia seria apenas folclórica, não fosse danosa. O Brasil não tem força militar nem peso econômico para mediar grandes conflitos, mas poderia se valer de uma reputação moral que tem sido dilapidada por quem confunde protagonismo com exibicionismo.

E onde poderia, de fato, influenciar, como na América Latina, Lula se omite. Maduro, Ortega e os generais cubanos são tratados com deferência. Prisões políticas, perseguições religiosas, execuções sumárias são ignoradas. Quando não silencia, Lula inverte responsabilidades: culpa os EUA pelo êxodo venezuelano, o embargo pela miséria cubana e o “imperialismo” pelas tensões regionais.

Sua indignação é seletiva. Chama genocídio a uma guerra justa, mas silencia sobre quem, de fato, sequestra crianças. A fala de Lula em Moscou não ajuda a causa da paz nem a dos palestinos. Serve apenas à sua vaidade.

Editorial Estadão

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