Na segunda fase da operação “Estética com Segurança”, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) voltou a encontrar irregularidades em clínicas que realizam procedimentos estéticos, farmácias de manipulação e distribuidoras de produtos médicos e cosméticos do Distrito Federal e dos estados do Amazonas, Ceará, Piauí e São Paulo, segundo balanço divulgado nesta quinta-feira, 3. Todos os estabelecimentos vistoriados apresentavam problemas, como produtos vencidos, reutilização de seringa e equipamentos descalibrados.
A inspeção, realizada por 77 fiscais na última terça-feira, 1º, ocorreu em 19 clínicas estéticas, cinco distribuidoras e uma farmácia de manipulação. Em Teresina (PI), foram encontradas situações graves de falta de protocolo de segurança e de higiene. Nas nove clínicas vistoriadas, os agentes descobriram problemas como: produtos sem registro no Brasil, além de itens vencidos, e reutilização de seringas. Algumas tinham nomes de pacientes e outras apresentavam material sem identificação em seu interior.
Em Fortaleza (CE), também foi constatado o uso de produtos fora do prazo de validade e sem registro, bem como uso de cosméticos tópicos (para aplicação na pele) em apresentação injetável, o que é proibido.
Já em Manaus (AM), uma bomba de infusão e um lipoaspirador sem registro no país foram interditados. No estado de São Paulo, o foco foi em distribuidoras de produtos médicos e uma farmácia de manipulação também foi vistoriada. “Em um dos estabelecimentos foram encontrados receituários de medicamentos controlados (tarja preta) prescritos por fisioterapeuta, o que não é permitido pela legislação existente.”
Das quatro empresas distribuidoras vistoriadas no Distrito Federal, três foram intimadas a prestar esclarecimentos por falta de responsáveis legais ou para explicar suas condições de funcionamento por não exercerem atividades previstas pela autorização que tinham. Outra foi autuada por não comprovar origem dos produtos e não possuir mecanismos para rastreabilidade deles.
“O objetivo da operação é continuar verificando as condições sanitárias e a regularidade de estabelecimentos e produtos, corrigindo falhas e reduzindo riscos à saúde dos pacientes. Os estabelecimentos alvo desta etapa foram selecionados em razão de denúncias recebidas pelos usuários e em decorrência de suspeitas levantadas a partir de provas materiais apreendidas durante a primeira fase da operação, em fevereiro deste ano”, informou a agência.
Primeira fase encontrou até resto de sangue
Em fevereiro deste ano, a Anvisa fez a primeira fase da operação “Estética com Segurança” e precisou interditar clínicas diante da gravidade das irregularidades, como botox vencido há mais de dois anos, falhas de limpeza, seringas usadas como itens decorativos e até resto de sangue em equipamentos.
A agência recomenda que a população fique atenta e pesquise bem antes de realizar qualquer tipo de procedimento estético. Os produtos utilizados nas intervenções precisam ter registro no Brasil e não podem estar vencidos nem mal armazenados, porque podem causar eventos adversos, além de lesões e queimaduras. Seringas não podem nunca ser reutilizadas pelo risco de infecções por doenças, como HIV e hepatites.
Veja cuidados ao escolher uma clínica de estética
- Verificação de credenciais: confira se o estabelecimento possui alvará junto ao serviço local de vigilância sanitária
- Desconfiança de promessas milagrosas: evite procedimentos que prometam resultados excepcionais, em especial se o preço estiver muito abaixo do mercado
- Consulta dos produtos utilizados: pergunte quais são os produtos utilizados, cheque a data de validade e verifique a regularidade no site da Anvisa
- Conferência de equipamentos: verifique se os equipamentos estão em boas condições e se são esterilizados corretamente
- Busca de referências: peça recomendações a amigos e familiares que já tenham realizado procedimentos no mesmo local
- Cuidado com influenciadores: não confie cegamente em promessas feitas nas redes sociais, em especial quando forem feitas como publicidade para uma determinada marca
- Checagem de registro profissional: busque saber se os profissionais possuem registros compatíveis com a atuação em estética junto aos conselhos profissionais
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