Ministro de Lula dribla depoimento à PF com viagem ao RS

09/05/2024 às 18:44


O ministro Juscelino Filho (Comunicações) viajou para o Rio Grande do Sul nesta quinta-feira (09) e assim conseguiu adiar seu depoimento na Polícia Federal. A coluna apurou que ele seria ouvido na sexta-feira, 10, no inquérito que investiga desvio de verba pública pela prefeitura da sua irmã em Vitorino Freire (MA).

O ministro enviou R$ 5 milhões para a construção de uma estrada que só beneficia sua fazenda e terras de seus familiares. O caso foi revelado pelo Estadão em série de reportagens publicadas no ano passado. A obra da estrada está paralisada desde a descoberta.

A crise climática afeta o Rio Grande do Sul desde o dia 27 de abril, mas somente hoje, na véspera do depoimento, o ministro embarcou para o estado anunciando que irá "auxiliar in loco e levar nossa solidariedade".

Quatro dos 497 municípios estão com afetação total da rede de comunicação.

A assessoria de Juscelino Filho afirmou ao UOL que não há um dia previsto para o depoimento e que o ministro não havia confirmado a ida a PF para esta sexta. A assessoria da PF não comentou.

GCU DISSE QUE OBRA SÓ BENEFICIOU MINISTRO
Em abril, a Controladoria Geral da União (CGU) confirmou que o ministro direcionou verba pública para construir uma estrada que beneficia apenas a sua fazenda. Na época, ele era deputado federal.

A PF suspeita que a obra tenha sido direcionada pela Codevasf e pela prefeita Luana Rezende, irmã do ministro, para uma empresa em nome de um amigo do ministro. A Polícia Federal afirma que ele mantém uma "relação criminosa com o empresário". Conhecida como a estatal do Centrão, a Codevasf no Maranhão é controlada pelo ministro.

"De um total de 23,1 km, envolvendo R$ 7,5 milhões, 18,6 km, 80%, beneficiariam as propriedades do parlamentar e, ao que parece, de forma individual. Os restantes 4,5 km beneficiariam cinco povoações locais e ainda de forma isolada sem integração com a rodovia estadual, nem com a sede do município", diz um trecho do relatório da CGU.

Juscelino não tem a prerrogativa de decidir o dia do seu depoimento, mas um delegado da Polícia Federal que não atua no caso disse à coluna que ninguém o obrigaria a depor diante de uma agenda envolvendo uma catástrofe.

O ministro também já usou verba pública para ir a leilões de cavalo em São Paulo e colocou seu sogro para comandar o ministério na sua ausência. Ele devolveu o dinheiro após o Estadão revelar a ilegalidade.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi pressionado a demitir Juscelino, mas aceitou a pressão do União Brasil para mantê-lo no cargo.

Com informações de Andreza Matais - UOL

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