Foi-se o tempo que ser nômade digital era um privilégio de poucos. Cada vez mais vemos as pessoas desbravando o mundo para trabalhar remotamente.

E assim como muitos brasileiros deixam o país para viajar e trabalhar fora, muitos estrangeiros estão trazendo seus laptops para o Brasil. Não à toa, seremos o primeiro país da América do Sul a ganhar uma vila de nômades digitais.

O projeto está sendo idealizado pela NomadX, mesma empresa que levou o conceito da vila dedicada aos nômades digitais a outros três lugares em Portugal: Ilha da Madeira, Cabo Verde e Lisboa (Caparica). No Brasil, o local escolhido foi a Praia de Pipa, em Tibau do Sul (RN).

“A ideia do projeto é criar uma comunidade de nômades, focando nas conexões pessoais, impacto local positivo e, claro, networking de negócios e muita diversão”, afirmou Gonçalo Hall, CEO da empresa.

A vila para nômades digitais no Brasil
Um dos requisitos básicos que um nômade digital precisa quando procura um destino é de infraestrutura, que engloba uma boa internet, hospedagem e local para trabalhar. Ao criar a vila para nômades digitais, o projeto já procura entregar o pacote completo.

“No fundo, preparamos o destino para receber os nômades, desde o espaço de trabalho, alojamento e eventos diários até a promoção internacional do destino dentro da comunidade nômade”, explicou Hall, que chega ao Brasil no final do mês para preparar todo o espaço. “Estamos a trabalhar com o Ministério do Turismo do Brasil, com o Estado do Rio Grande do Norte e com a prefeitura de Tibau do Sul para garantir que este projeto tenha sucesso.”

Hall explica que o conceito do projeto é “usar aquilo que já existe e fazer o que não existe”. “No caso de Pipa, tem muito alojamento que terá interesse de alugar a nômades de todo o mundo, mas não tem ainda espaços de cowork, que estamos preparando a abertura do espaço”, afirmou. No caso da hospedagem, o intuito é fazer parcerias com alojamentos privados.

Diretor de Promoções Turística de Timbau do Sul, Nuno Martins confirmou que esteve nos últimos meses em contato com Hall e que aguarda a chegada do executivo da NomadX ao Brasil agora em agosto para acertar os detalhes que faltam. “Venho capacitando sobre todos os equipamentos, informações gerais, características, enfim, tentei subsidiar Gonçalo sobre a realidade do município de Tibau do Sul. Gonçalo já tinha inclusive feito um levantamento bem completo sobre várias cidades. Após esta tratativa, ele já pré selecionou o destino Praia de Pipa para implementar esta vila nômade”, disso Martins.

O projeto piloto em Natal deve ser executado por seis meses, do começo de novembro até fim de abril de 2023. Dando certo, o objetivo é levar a Vila para outras cidades brasileiras. “Estamos já a estudar outras vilas e cidades em todo o Brasil”, garantiu Hall.

Segundo o CEO, o projeto vai trazer uma receita extra para a cidade, com um impacto econômico e lucros gerados pela presença dos nômades digitais. Dos 50 registos de pessoas já confirmadas para inaugurar a vila no Brasil, a maioria dos interessados vem dos Estados Unidos, Canadá e Portugal. Hall imagina que o projeto no Brasil pode gerar US$ 36 milhões para a comunidade de Pipa. “A ideia de Vila é promover toda a zona de Pipa”, garantiu.

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