Por Marcus Aragão 

Você já deve ter pensado, ou então, pense comigo sobre a pergunta que não quer calar: Por que o MST promove tantas invasões no governo Lula? Ora, como nosso presidente apoia a causa da reforma agrária, simplesmente é só doar as terras e estaria tudo resolvido. Parece que a história pode não ser tão simples. Vejamos, se cada família ganhasse um lote de terra e aprendesse as técnicas de agricultura, virariam pequenos empresários e sairiam do movimento, certo? Afinal, eles teriam mais o que fazer do que acompanhar a militância.

Lembremos agora da invasão do prédio do Diário de Natal. Não duvido de que os “poderosos” ou as “oligarquias da esquerda” que possam estar por trás do movimento estejam satisfeitos em desmoralizar o judiciário e a nossa democracia — seria essa uma amostra do que pode estar vindo pela frente?

Pois bem, será que se o governo atual desse uma moradia a cada família — lembro que são apenas 30 famílias — e possibilitasse o aprendizado de alguma profissão, seja encanador, pedreiro, marceneiro ou similar, sabe o que poderia acontecer? Adeus, movimento!!! Nada de acampamentos, bandeiras, presença na mídia, estímulo à adesão por outros que possuem as mesmas necessidades. Enfim, a militância se dissolveria.

— A luta tem que continuar, companheiro!

Sendo assim, para sermos ouvidos, imaginei que poderíamos criar o Movimento dos Sem Estradas. As estradas do RN são realmente péssimas e as que estão autorizadas a serem recuperadas ainda são muito aquém do que necessitamos. Segue o passo a passo de como podemos resolver essa situação até agora sem perspectivas de melhoria real. 1º) Produzir bandeiras grandes vermelhas com a logomarca do movimento; 2º) Camisetas para todos os militantes; 3º) Bloquear algumas estradas para ganhar visibilidade na mídia gratuitamente; 4º) Como virou um movimento, é só esperar o apoio de políticos da esquerda e, sendo assim, aguardar parte da solução. Mesmo sabendo que a solução nunca será total, pois isso acabaria com o movimento, certamente já melhoraria diversas estradas — simplesmente para mostrar que o movimento funciona, entendeu?

Agora é só repetir a fórmula e criar o Movimento dos Sem Educação, Movimento dos Sem Segurança, Movimento dos Sem Saúde e por aí vai.

Eis como me parece funcionar o atual projeto de poder. A solução definitiva, que é boa e necessária, nada! Os problemas eternos do país são sempre deixados para depois. O que entra em ação é um sistema de paliativos que apenas alimenta estrategicamente seus eleitores para mantê-los alinhados aos seus objetivos.

Não é difícil imaginar que esse projeto de poder é estruturado no assistencialismo para manter as bases nas eleições; cultivando ativamente a militância para obter mídia, votos e engajamento através das mobilizações. E quem paga a conta somos todos nós através dos incontáveis aumentos de impostos que viabilizam tudo isso.

Caminhando pelas ruas de Natal e do RN, encontramos inúmeros mendigos nos mesmos locais de sempre, viciados em crack, favelas sem fim, violência desenfreada, entre outros problemas, e me pergunto: — Cadê a função social do governo???

A verdade é que a fórmula utilizada pelos poderosos que chegaram ao poder está gasta e tem causado a rejeição até de parte da esquerda. Vejam que Lula, depois da eleição, não consegue mais mobilizar as massas. É só lembrar o vexame do dia do trabalhador, em que a ausência total de público comprova sua grande rejeição. Lula foi quem conseguiu implantar esse projeto de poder no passado para chegar à presidência, mas não para se manter — com o mundo atual, não. A médio e longo prazo, são necessárias mudanças e quem será o nome da esquerda capaz de confrontar as fórmulas antigas e superadas?

Lula, cansado e sem jogo de cintura, já mostra desgaste e dá bronca nos assessores como o Márcio Macedo, que levou um carão na frente de toda a nação. Humilhante e nada respeitoso. Já que o desespero parece estar batendo, qual a solução? Mais bilhões em emendas? Mais assistencialismo? Mais militância raivosa da extrema esquerda? Mais aproximação com ditaduras como quem manda um recado velado?

Aguardamos mudanças e vamos seguindo por aqui, fazendo o “L” de lamentável.

Marcus Aragão
@aragao01