Mais de 19 mil pessoas morreram mesmo após se vacinar no Brasil, mas ainda é melhor tomar a vacina; Entenda

17/09/2021 às 07:05


Apesar do sucesso do imunizante em combater a pandemia, a morte de pessoas que já tomaram duas doses da vacina chegou a marca de 19,3 mil no Brasil e isso tem causado confusão na população. Dos dados são do Banco de Dados de Síndrome Respiratória Aguda Grave e foi divulgado pelo núcleo de análise de grande volume de informações do Metrópoles.

O número de vacinados que terminariam como vítimas da doença é pequeno (0,02% do total) diante da quantidade de 72,8 milhões de pessoas protegidas contra a doença ou do total de mortes por conta do coronavírus, de 588,6 mil. Mesmo assim, ele é utilizado por ativistas antivacinas para criticar a aplicação do imunizante.

Por conta disso, é importante explicar o que se esconde por trás do número e por que utilizá-lo para criticar a vacinação contra a Covid-19 é injusto e perigoso. “Nenhuma vacina é 100% eficaz, portanto algumas pessoas podem pegar Covid-19 e, dependendo sobretudo do seu estado clínico, desenvolver a doença e infelizmente vir a falecer”, explica o médico sanitarista e consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) Julival Ribeiro.

No caso da vacina desenvolvida pela AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford, por exemplo, essa eficácia gira em torno de 85% a 95%. Além disso, essa eficácia vai caindo ao longo do tempo. Essa é uma das razões pela qual é cogitada uma vacinação recorrente contra a doença, como já acontece hoje com a gripe.

As condições que agravam as chances de pegar a doença e de morrer por conta dela mesmo estando imunizado são as mesmas que para as pessoas sem a vacina, como a idade e comorbidades, mas a possibilidade é menor para os vacinados. Isso fica bem claro quando se analisa a idade das pessoas cuja aplicação das duas doses foi confirmada.

A média de idade desse grupo é de 79 anos, com o grosso das vítimas se distribuindo entre 61 e 97 anos. “Existe um grupo de risco que são os a partir de 60 anos. Mesmo com as duas doses, elas não respondem tão bem à proteção. Daí a recomendação para essas pessoas tomarem a terceira dose”, apontou Ribeiro.

Outro fator de risco que pode diminuir a efetividade das vacinas é o surgimento de novas cepas do vírus. “A variante Delta é muito mais transmissível e também diminuiu um pouco a efetividade de todas as vacinas”, diz Ribeiro. Por todas essas razões, a recomendação é para que sejam mantidas as medidas que restringem a circulação do vírus, como o distanciamento social e o uso de máscaras de proteção.

Conjugadas com o avanço da vacinação, essas medidas permitem uma redução mais forte na circulação da doença, protegendo as pessoas com imunidade mais baixa e também diminuindo a probabilidade de surgimento de novas variantes. Isso porque novas cepas da doença surgem a partir da multiplicação do vírus. Quanto mais casos da doença, maiores as chances de uma mutação preocupante ocorrer.
 

Metropoles

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