Bolsonaro gostaria de ter "carta de milicianos", diz Lula

09/08/2022 às 12:05


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta terça-feira (9/8), que o presidente Jair Bolsonaro (PL) gostaria de ter uma "carta de milicianos do Rio de Janeiro" em alusão às críticas que o chefe do Executivo vem fazendo ao manifesto em defesa da democracia, que ultrapassou 800 mil assinaturas. "[Bolsonaro] Chama uma carta que defende a democracia de cartinha. Quem sabe uma carta que ele gostaria de ter é uma carta feita por milicianos do Rio de Janeiro", disse Lula.

O ex-presidente participou hoje de um debate na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Também estiveram presentes seu vice, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB), e o coordenador do programa de governo Aloizio Mercadante (PT). O debate foi mediado pelo presidente da Federação, Josué Gomes da Silva.

"Esse cidadão é eleito desde 1998 pela urna eletrônica. Qual o direito que ele tem de colocar em suspeição?", questionou o presidenciável. Lula também criticou a participação, incentivada pelo atual presidente, das Forças Armadas nas eleições deste ano. "Os militares têm que fiscalizar a nossa fronteira. Têm que ficar tomando conta de outra coisa, não ficar cuidando daquilo que não tem interesse", opinou.

Bolsonaro já fez uma série de ataques ao manifesto em favor da democracia organizado pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). Em encontro com representantes da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) ontem, o presidente afirmou que "quem é democrata não precisa assinar cartinha, não".

Na Fiesp, Lula também questionou os auxílios dados pelo atual governo na véspera das eleições. "[Isso] Me preocupa porque, quando terminarem esses benefícios, depois de três meses, há de se perguntar se o povo aceitará pacificamente a retirada de um benefício que está recebendo por causa das eleições", disse.

"O hit da parada é lula com chuchu"
"Resolvemos compor uma chapa na perspectiva de consertar esse país", disse Lula. O candidato também afirmou que, se for eleito, pegará um Brasil "um pouco pior" do que quando foi eleito pela primeira vez. "[Temos] A falta de credibilidade internacional, e essa falta de credibilidade é um dos entraves que nós temos para fazer com que o Brasil possa, nesse conflito entre Estados Unidos e China, ser uma referência".

Alckmin é a aposta da campanha para dialogar com setores resistentes a Lula e ao PT, como os empresários. À época do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), a Fiesp declarou apoio formal ao processo.

"O presidente Lula é um homem reconhecido no mundo inteiro e vai recolocar o Brasil na economia mundial", disse Alckmin no início do debate. O ex-governador destacou em sua fala as medidas dos governos de Lula e Dilma no setor econômico, citando média de 4% ao ano de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no período. "O hit das paradas é lula com chuchu, um sucesso absoluto", finalizou.

Correio Braziliense

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