Eleição para presidente de 2022 chega em sua reta final

29/10/2022 às 08:58


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou para o segundo turno com 57,2 milhões de votos no último dia 2, contra 51 milhões do presidente Jair Bolsonaro (PL), uma distância de pouco mais de seis milhões. Esta é a menor diferença já registrada entre primeiro e segundo colocados no primeiro turno das eleições para presidente no período da redemocratização. A votação decisiva está marcada para este domingo (30).

Neste segundo turno, enquanto Lula contou com os apoios de Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT), terceira e quarto colocados no dia 2 de outubro, Bolsonaro recebeu o apoio de nove dos governadores eleitos.

Os candidatos também não arrefeceram a disputa na televisão, no rádio e na internet, onde trocaram acusações, buscando aumentar a rejeição do adversário. Parte delas, inclusive, acabou na Justiça Eleitoral: tanto Lula quanto Bolsonaro tiveram propagandas suspensas devido a irregularidades no período.

A CNN relembra abaixo as retas finais de eleições presidenciais mais acirradas da história.

As eleições de 1989 e 2014
A primeira eleição presidencial pós-redemocratização foi disputada em 1989. No primeiro turno daquele pleito, Fernando Collor (no então PRN, atual Agir) obteve 22,6 milhões de votos (32,4%), contra 11,6 milhões (16,6%) de Lula.

O candidato do PRN, contudo, viu sua vantagem para Lula diminuir durante os 32 dias que separaram os turnos — especialmente após Leonel Brizola (PDT), que havia recebido 11,1 milhões (16,04%) no primeiro, declarar apoio ao petista para o segundo.

Na votação decisiva, Lula alcançou 31 milhões de votos. Collor teve 35 milhões. O candidato do PRN foi conduzido ao cargo por 53,03% a 46,97%.

Desde então, a eleição mais acirrada da história brasileira foi a de 2014. O primeiro turno, no entanto, não indicava uma distância tão estreita entre os postulantes. A candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) recebeu 43,2 milhões de votos (41,5%), e Aécio Neves (PSDB), 34,8 milhões (33,5%).

Terceira colocada no primeiro turno, Marina Silva (então no PSB) declarou apoio ao tucano para o segundo. Ela havia herdado a posição de cabeça de chapa de Eduardo Campos (1965 a 2014), que morreu nas vésperas da campanha eleitoral, e obteve 22 milhões de votos (21,3%).

Depois de receber o apoio da ex-ministra e ver o crescimento da onda antipetista no país, Aécio alcançou 51 milhões de votos (48,43%) no segundo turno; Dilma Rousseff ficou com 54,5 milhões (51,64%). O tucano, por sinal, aparecia à frente durante a maior parte da apuração e só ficou atrás quando o processo atingiu 88,9% dos votos.

Outras eleições
As únicas eleições que foram definidas em primeiro turno foram as de 1994 e 1998, ambas vencidas por Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

Nas duas vezes em que foi eleito (2002 e 2006), o ex-presidente Lula venceu o segundo turno com vantagem de mais de 20 pontos percentuais sobre seus adversários — José Serra (PSDB) e Geraldo Alckmin (então no PSDB), respectivamente.

Dilma Rousseff, em 2010, e Jair Bolsonaro, em 2018, acumularam mais de dez pontos percentuais de vantagem sobre José Serra (PSDB) e Fernando Haddad (PT), respectivamente.

Em apenas uma das seis eleições que chegaram ao segundo turno, o segundo colocado não ganhou mais votos do que o líder da corrida no intervalo entre as votações: em 2006, Alckmin perdeu mais de dois milhões de votos.

Nas outras cinco vezes, os candidatos que ficaram em segundo lugar conquistaram mais votos que o adversário na última fase da campanha.

Confira o histórico

1989 – 32 dias entre os dois turnos
1º turno
Collor – 22.611.011 votos – 32,47%
Lula – 11.622.673 – 16,69%
2º turno
Collor – 35.089.998 – 53,03%
Lula – 31.076.364 – 46,97%

2002 – 21 dias entre os dois turnos
1º turno
Lula – 39.455.233 – 46,44%
Serra – 19.705.445 – 23,20%
2º turno
Lula – 52.793.364 – 61,27%
Serra – 33.370.739 – 38,73%

2006 – 28 dias entre os dois turnos
1º turno
Lula – 46.662.365 – 48,61%
Alckmin – 39.968.369 – 41,64%
2º turno
Lula – 58.295.042 – 60,83%
Alckmin – 37.543.178 – 39,17%

2010 – 28 dias entre os dois turnos
1º turno
Dilma – 47.651.434 – 46,91%
Serra – 33.132.283 – 32,61%
2º turno
Dilma – 55.752.529 – 56,05%
Serra – 43.711.388 – 43,95%

2014 – 21 dias entre os dois turnos
1º turno
Dilma – 43.267.668 – 41,59%
Aécio – 34.897.211 – 33,55%
2º turno
Dilma – 54.501.108 – 51,64%
Aécio – 51.041.155 – 48,36%

2018 – 21 dias entre os dois turnos
1º turno
Bolsonaro – 49.277.010 – 46,03%
Haddad – 31.342.051 – 29,28%
2º turno
Bolsonaro – 57.797.847 – 55,13%
Haddad – 47.040.906 – 44,87%

2022 – 28 dias entre os dois turnos
1º turno
Lula – 57.259.504 – 48,43%
Bolsonaro – 51.072.345 – 43,2%

CNN Brasil

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