Por Ciro Marques

Domingo, dia de praia. Momento ideal para falar de um destino que já foi "símbolo" de dias assim: a Redinha Nova. Antes uma praia turística e "point" do veraneio da minha geração, a Redinha agora se encontra totalmente abandonada, suja, envelhecida. 

Eu cresci passando os veraneios na praia. A Redinha Nova era o sinônimo de férias, totalmente o oposto da "Redinha Velha". Agora, curiosamente, a parte localizada dentro da Capital se enche de esperança com dias melhores, resultado das mudanças previstas no plano diretor (a proposta é permitir prédios de 10 andares) e a reforma do Mercado e da orla. 

E a Redinha Nova? Ninguém nem fala. Alias, até que fala: mal. Nesta semana, por exemplo, me deparei com um vídeo no programa Metendo a Colher, da 96 fm (assista ao final do post). O ouvinte reclamava do abandono da praia. As ruas cheias de lagoas, mato alto, lixo, mosquito, violência. Enfim, uma tristeza ver desse jeito aquela que era a "praia do futuro". 

Meu pai, quando vendeu a casa que tínhamos lá, perto do Pit Stop, ouviu vários amigos dizerem: "vai vender agora? Já já sai a Ponte Nova, isso aqui vai ser um sucesso". A ponte saiu e a Redinha Nova, como conhecíamos morreu, de vez. Perdeu o perfil de praia turística, onde um dia já se hospedaram estrelas de TV, do mesmo jeito que perdeu o título de "point do veraneio". Se tornou "apenas" mais um bairro periférico, onde não chegam os projetos da inclusão social, como saneamento, segurança, malha viária. 

Pior: se tornou um bairro periférico de um município pobre (Extremoz), que sofre há décadas com administrações desastrosas e envolvidas em escândalos. O governo estadual também não liga para a praia. Nem mesmo agora, com uma governadora que se diz "veranista" da região, fez ou faz qualquer coisa pela praia. 

Hoje, o abandono é tamanho que nem a tradicional "maquiagem" que a praia recebia nos períodos de veraneio, resolve. É preciso um trabalho longo, pensado e planejado. A Redinha Nova tem condição de sair do buraco (cheio de água) que se encontra. Mas, para isso, precisa ser priorizada de fato.