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A saída tardia de Juscelino
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Editorial Folha de São Paulo: A saída tardia de Juscelino

A saída tardia de Juscelino

Deputado deixa pasta das Comunicações ao ser denunciado por corrupção, em investigação iniciada após reportagem da Folha

Como era mais do que esperado, Juscelino Filho foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e se viu compelido a deixar o cargo de ministro das Comunicações. Surpreendente, de fato, foi o deputado licenciado, eleito pelo União Brasil, ter permanecido por tanto tempo no primeiro escalão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Desde os primeiros dias de governo, Juscelino se envolveu em episódios rumorosos —no mais comezinho deles, por ter recebido o pagamento de diárias do erário por períodos sem agenda de trabalho fora de Brasília.

Acabou acusado de corrupção, em caso que exemplifica os danos potenciais do avanço desarvorado do Congresso Nacional sobre o Orçamento público com as famigeradas emendas parlamentares. Seja ou não verificado dolo ao longo do devido processo judicial, o mau uso do dinheiro do contribuinte é evidente.

Quando exercia seu mandato na Câmara dos Deputados, o agora ex-ministro patrocinou emendas para direcionar recursos federais à cidade de Vitorino Freire, no Maranhão —governada por Luanna Rezende, sua irmã. Relatório elaborado pela Controladoria-Geral da União apontou que parte da verba beneficiou propriedades da família.

A investigação teve início após reportagem da Folha que, em 2022, descreveu a atuação da construtora maranhense Construservice, beneficiária contumaz de recursos federais. Descobriu-se que Juscelino, indiciado em junho de 2024, trocou mensagens com um empresário sobre a execução de obras.

Obviamente, o ministro não foi mantido na Esplanada por dois anos e três meses devido a seus méritos de gestão —mal se sabe, aliás, a serventia da pasta, fora ofertar cargos para atrair apoios partidários ao Planalto.

A participação do União Brasil no governo Lula se dá nas bases frágeis das coalizões petistas. O PT reserva para os seus os postos de maior relevância e visibilidade —da Casa Civil à Fazenda, da Educação ao Desenvolvimento Social, responsável pelo Bolsa Família— e entrega aos aliados do centro político posições periféricas da administração federal, sem dividir poder decisório.

Acredita-se que a saída de Juscelino facilitará a reforma ministerial ora promovida a conta-gotas em Brasília. É remota a chance, porém, de alguma mudança relevante no arranjo hoje existente, de modo a proporcionar uma governabilidade mais funcional. É tarde, também, para isso, visto que os partidos já fazem seus cálculos para a sucessão de um desgastado Lula no próximo ano.

Editorial Folha de São Paulo

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